Bem-vindo e Bem-vinda ao CATÁLOGO Digital
VITRINE CULTURAL E SOLIDÁRIA DA COSTA VERDE
Este é o canal de divulgação das pessoas empreendedoras que deram vida ao Espaço Vitrine e ao Festival Vitrine Cultural. O canal perpetua e mantém ativas estas ações realizadas no primeiro semestre de 2021 pelo Circuito Fluminense de Cultura Popular e Economia Solidária da Costa Verde – Etapa Ilha Grande. Ações criadas para dar visibilidade e promover o escoamento de produtos e serviços da agroecologia, do artesanato, da pescaria artesanal, do turismo, das artes plásticas, da música, da literatura, do teatro, da saúde e bem estar, da gastronomia, dentre muitos outros segmentos que fazem parte da rica produção da cultura popular e da economia solidária dos 4 municípios da Costa Verde: Angra dos Reis, Mangaratiba, Itaguaí e Paraty.
Aqui você vai conhecer a história de vida e trajetória profissional de cada um e cada uma destas pessoas. Vai ter a oportunidade de se tornar mais um agente de transformação, comprando diretamente de quem faz, estimulando assim o consumo responsável, sustentável e solidário.
Venha ser parte desta rede de cooperação e difusão!
Catálogo Vitrine Cultural e Solidária da Costa Verde
Aldeia Sapucai
A Aldeia Sapukai está localizada no Bracuí, a 06 quilômetros da Rodovia Rio-Santos e a 25 quilômetros da cidade de Angra dos Reis, ocupando uma extensa área do Parque Nacional da Serra da Bocaina. É uma área de preservação ambiental, repleta de trilhas utilizadas pelos indígenas que ali vivem, seguindo as características culturais e tradições do seu povo, os Guarani. As condições de vida deles ainda permanecem abaixo de níveis aceitáveis. Apesar da beleza natural que os cerca, o terreno montanhoso e a baixa qualidade da terra dificultam o plantio de alimentos, fazendo com que o artesanato seja a principal fonte de renda desse povo. Cestos de palhas coloridas, colares e braceletes de delicados grafismos, artefatos de pesca, de artilharia e objetos decorativos são algumas das peças produzidas na Aldeia e comercializadas em feiras locais e nacionais, quando participam de eventos, e ainda em lojas de algumas cidades brasileiras.
A luta desse povo, como a dos demais indígenas brasileiros, é incessante. Mas eles são guerreiros e estão sempre preparados para enfrentar as batalhas, como as de demarcação dos territórios Guarani, a da luta pela educação diferenciada e de qualidade, as das questões ligadas à saúde dos indígenas, dentre outras. Como uma das lideranças da Aldeia Sapukai, Júlio Garcia Karai Xiju integra a Comissão Guarani Yvurupá, entidade representativa do povo Guarani e o Fórum de Comunidades Tradicionais, formado pelos movimentos sociais de luta pela permanência das comunidades tradicionais em seus territórios. Junto com Lucas Benit, outra liderança da aldeia e os caciques Aldo Fernandes e Gonçalino da Silva trabalham coletivamente, atuando como mobilizadores local em Angra dos Reis. É por meio da difusão dos saberes de seus antepassados divinos, como o artesanato, a culinária, a música e também os movimentos da dança e o próprio comportamento dos Xondaro, que procuram manter vivas as tradições do povo Guarani, para que todos possam falar as diferentes línguas, reconhecendo a diversidade do mundo, do modo de ser, da memória, da vida.
Na Vitrine Cultural e Solidária da Costa Verde, a Aldeia Sapucaí marcou presença com seu artesanato ancestral e a apresentação da música da dança do guerreiro Tangará. No violão, estava Isaías Verá Mirim, no violino artesanal, Adeílson Vera Mirin e no tambor Vadico Tupã. Todos indígenas moradores da Aldeia.
Alexandra Campos – Nativa da Ilha
Alexandra é uma das idealizadoras do Circuito Fluminense de Cultura Popular e Economia Solidária, sendo a grande mãe da Etapa Costa Verde - Ilha Grande, ou melhor, a placa mãe deste Circuito, unindo suas peças.
“Sou Alexandra, historiadora, produtora rural e cultural, apaixonada pela Ilha Grande, onde vivo, desde os anos 90. Antes de morar na ilha, atuava em atividades de Educação Ambiental com agências renomadas de turismo educativo, viajando por todo Brasil. Na Ilha, trabalhei com uma agência de turismo, oferecendo um serviço de receptivo diferenciado, laureado com o Certificado de Excelência Tripadvisor.
Hoje, sigo em carreira solo com a NATIVA DA ILHA, meu empreendimento de impacto social que busca conciliar retorno financeiro, com resultados socioambientais, por meio de soluções inovadoras. Utilizo-me desta expertise no “trade” turístico, com meus conhecimentos de historiadora, para levar uma experiência única aos turistas que se interessam pela história e vida desta ilha. Com os roteiros Viagem no tempo na Ilha Grande e Explore os contornos da Vila do Abraão, apresento história e realidade desta Ilha, Patrimônio Cultural e Natural da Humanidade que já passou por diversos ciclos econômicos, sendo o turismo uma atividade relativamente recente. Locais históricos, paisagens encantadoras, caminhadas pelas vielas e becos da Vila do Abraão que congrega pessoas do mundo inteiro, contato direto com moradores que fazem esta ilha pulsar e uma deliciosa xícara do melhor café do mundo, com um belo visual da enseada do Abraão, desvendam a cultura dessa comunidade caiçara e hospitaleira.
Além dos roteiros turísticos diferenciados, Nativa da Ilha oferece, ainda, uma linha de produtos e serviços Naturais e Sustentáveis. Chás de ervas ou kombuchás de frutas locais, aplicação de argila com extratos de plantas para limpar suavemente a pele do rosto, seguido por tonificante de Aloe Vera, hidratação com nosso creme de cera de abelha e óleos vegetais, são alguns deles. Todos produzidos com matéria prima do meu quintal de plantas medicinais e árvores frutíferas, cultivadas com base nos conhecimentos ancestrais do caiçara e da permacultura e polinizadas por abelhas nativas. Uma verdadeira imersão na essência da ilha.”
Aline Ferreira
Aline Ferreira é cineasta, operadora de câmera e editora de vídeos. Atua, há seis anos, em Paraty, no Rio de Janeiro, onde também desenvolveu suas competências em fotografia para “still” - uma vez que no audiovisual, a fotografia é pensada para o movimento. Algumas das belas imagens que ilustram esse catálogo digital foram capturadas por sua empresa Cinexxia em parceria com a fotógrafa Luiza Saad. Ajudamos você, pequena empreendedora e empreendedor, a produzir conteúdo de qualidade para poder melhor divulgar suas habilidades, ideias, produtos e serviços. Agende agora mesmo seu atendimento “online".
Aline Rodrigues
Sou Aline Rodrigues, carioca, nascida no flamengo, criada em Santa Cruz e mãe da menina Malu. Meu xodó e alegria de viver. A arte entrou na minha vida aos 20 anos, quando me casei e fui morar na Colônia Juliano Moreira, trabalhando como cuidadora na residência terapêutica. Lá, nas minhas horas vagas, fui voluntária de uma terapeuta ocupacional que usava a arte como atividade no tratamento de seus pacientes. Ali tive a oportunidade de conhecer mais de perto a arte no geral e alguns trabalhos ligados à sustentabilidade, que me despertaram grande interesse, sobretudo, pela pintura.
Em 2016, já separada, fui visitar uma amiga na Ilha Grande e acabei ficando. Hoje, a arte deixou de ser apenas lazer e virou uma fonte de renda adicional. No meu trabalho artístico, procuro dar uma outra função ao “lixo” de modo geral, reutilizando madeira, vidro e ferro que são descartados. A minha especialidade é pintura em vidro, onde pinto paisagens da Ilha e dos povos originários em vasilhames reaproveitados. Também produzo velas sustentáveis, feitas com materiais recicláveis e não tóxico, a partir de óleo de cozinha descartados de residências e restaurantes, trabalhando assim a sustentabilidade local.
Allexander – Culinária Roots
Somos "Culinária Roots". Fabricamos pães artesanais de fermentação natural desde 2017. Nossos pães são nascidos e criados na Ilha Grande, influenciados pelas diversas culturas regionais e do mundo que habitam nesse lugar. Temos mais de 20 sabores e tipos de pães. Trabalhamos em conjunto com os moradores e visitantes da ilha, levando pães frescos nas suas casas, pousadas, passeios e restaurantes. Já tivemos duas lojas na Vila do Abraão, mas, devido ao período de pandemia, adotamos o “delivery” no sistema de encomendas via Whatsapp, feitas com a antecedência de um dia.
Andréia Assis
Andréia é uma caiçara “arretada”. Nascida em Angra e criada na enseada das estrelas em Ilha Grande, onde tem participação ativa na Associação de moradores – AMEE. Liderança reconhecida, Andréia faz parte do coletivo de educação diferenciada de Angra. É ministra da eucaristia na igreja católica e grande defensora das questões territoriais e ambientais.
Andréia é, também, reconhecida pelos seus quitutes. Ama cozinhar e aprender a fazer pratos novos. Faz diversos tipos de bolos e doces, mas seu carro chefe é o doce de banana, que segue e mantém uma tradição de muitas décadas. A receita é a da nativa e também liderança comunitária, Dona Nereide, já não mais entre nós. Uma mulher acolhedora que fazia um doce de deixar doces lembranças em quem o comia. Andréia aprendeu com sua mãe, que por sua vez, tinha aprendido com Dona Nereide. Todas mulheres guerreiras e defensoras de seu território, onde vislumbram criar seus filhos e filhas com a tranquilidade oferecida pela riqueza da Ilha.
Ângela Bayma
Ângela é uma cozinheira de mão cheia. Há mais de 20 anos, essa carioca faz da cozinha um verdadeiro ateliê de criação, de onde saem deliciosos pratos da culinária brasileira e internacional, que encantam os moradores e convidados da casa onde trabalha. Sua inspiração vem da mãe mineira, com quem aprendeu a fazer geléias, do pai paraense, com quem conheceu as exóticas delicadezas culinárias daquele estado, e do sogro caiçara, que amava fazer doces de frutos da terra.
Moradora da Ilha Grande desde 1998, quando foi visitar uma amiga e conheceu seu marido, hoje Ângela e sua família produzem a “Geleia dos Anjos”, uma iguaria artesanal feita com frutas da estação que colhe em seu quintal. A produção, ainda pequena, já adoça o café da manhã de algumas casas e pousadas da Ilha e traz um dinheirinho extra para Ângela, que ama o que faz!
Aparecida – Casturina
Meu nome é Aparecida. Sou natural do Paraná, cresci em São Carlos, SP e, em 2012, mudei-me para Angra dos Reis, sendo que, parte desses anos, vivi na Vila do Abraão, Ilha Grande. O crochê é muito significativo em minha vida. Entrou pelas mãos da minha mãe, que me passou esse conhecimento com amor e sabedoria, adquirido com sua mãe, minha avó Casturina, que dá nome à minha marca. Inicialmente usava desta arte apenas como terapia. Mas, ao precisar de uma fonte de renda extra, quando estudava Pedagogia em Angra, comecei a investir em acessórios feitos de crochê, como bolsas, brincos, colares, marcadores de página, chaveiros, conciliando a técnica, o prazer e o profissional. A partir daí, nasceu a Casturina, e não parei mais.
A inspiração da Casturina é a vida, a natureza. Busco mostrar pela técnica de crochê a essência do orgânico, do entrelaçamento das linhas da vida. Na criação das peças, tudo depende dos conhecimentos e das ferramentas que utilizamos, da maneira particular de tecer. São feitos laços, nós fortes e duradouros. Desfaz-se, faz-se de novo. Costura daqui, dali, faz um remendo. Criam-se novas peças, com sua essência única. Assim também vejo a vida, que, em constante processo de construção, é o que nos torna quem somos e quem ainda vamos ser. O corpo humano, em especial o feminino, também é inspiração, por estar nesse corpo e ter uma história forte com mulheres em minha vida. Gosto de retratar através dessa arte, o que é natural do ser humano, mas que quando exposto, ainda gera estranhamento.
ARTE ILHA – Estúdio
O Arte Ilha-Estúdio é um projeto cultural voltado para dança e atividades físicas, como balé clássico, alongamento, yoga, jazz, contemporâneo, forró e outros estilos, para atender a comunidade da Vila do Abraão. Surgiu por iniciativa do “Ballet” Ilha Grande, criado em 2018 pela bailarina e professora Amana Soares para atender a então carência cultural dos moradores da Vila, nesta área. O Projeto acabou crescendo de forma significativa, demandando pela busca de outras atividades e começou a tomar forma no final de 2019, por meio de um coletivo cultural, formado por artistas locais e residentes da Vila do Abraão.
Iniciamos nossas atividades em março de 2020, tendo uma pausa por conta do acometimento da pandemia e retornamos em novembro do mesmo ano. Nosso objetivo é fortalecer a busca pelo crescimento e o protagonismo saudável do indivíduo (alunos e professores) por meio das artes dinâmicas, promovendo lazer, técnicas de conteúdos culturais e transformação social. Dentro da necessidade do ser humano de expressar-se e comunicar-se, que vai além da linguagem verbal. O Arte Ilha-Estúdio visa utilizar diferentes atividades, para que haja o desenvolvimento da comunicação corporal, musical e emocional por meio da metodologia das atividades propostas. Almejamos ampliar nossos atendimentos e novas parcerias para dar continuidade à proposta e atender uma maior demanda a cada dia, possibilitando o processo criativo, a autonomia e a liberdade do indivíduo, com as atividades aplicadas, aumentando a perspectiva cultural, não apenas da Vila do Abraão, como possibilitar que toda a Ilha Grande tenha acesso ao nosso abraço.
Atualmente, O Arte Ilha-Estúdio realiza suas atividades na Vila do Abraão, em um espaço adaptado no “Shopping” do Idílio.
Bianca Pacheco
Bianca Pacheco é produtora cultural e empreendedora social, idealizadora, fundadora e CEO da Bia & Cia Entretenimentos, fundada em 2017, a partir da transição de carreira e ressignificação de sua vida após a maternidade.
Surpreender é a palavra de ordem no Mundo dos Eventos, tanto corporativo, quanto social. Por isso, propiciamos vivências diferenciadas para o sucesso do Evento, criando experiências com impactos positivos nas Pessoas e no Planeta. Nada supera a vivência experiencial proporcionada pelos Eventos para a realização plena da função da Comunicação, seja ela a de educar, informar, mudar comportamentos, contextualizar ou dialogar. Neste sentido, a Bia & Cia tem como propósito fazer sonhos acontecerem, atuando desde a concepção, planejamento, organização e desenvolvimento, até a divulgação e avaliação dos Eventos, Projetos e Produtos Culturais dos mais diversos tipos e variadas tipologias como: festas, shows, feiras, congressos, seminários, treinamentos, reuniões, mesa redonda, lançamentos, roteiros e outros. Entre em contato conosco para desenharmos junto o formato que melhor se encaixe em sua proposta para realizar o seu sonho.
Bruna – Kokedama
Sou Bruna, carioca que chegou em Palmas para acampar e depois de 6 meses de namoro com o nativo Alan, larguei tudo no Rio pra vir pra cá. Na Ilha, a gente tem que dar nó em pingo d'água. Saber viver cada temporada. Não tinha noção do que faria pra ganhar dinheiro Então, criei oportunidades. O inglês e o espanhol me ajudaram muito, mas sagacidade é fundamental. Eu era coordenadora de frota, tripulava navios pra Marinha Mercante. A mudança foi uma loucura, mas me adaptei e não me arrependo. Hoje tenho um bistrô na praia de Palmas, que é onde vendo e produzo as “kokedamas”, além de comidinhas e “kokedrinks”.
“Kokedama” é a arte de cultivar plantas em bolas de musgo. No início da pandemia, tínhamos o sol e o mar, mas logo o verão se foi. Isolada em casa, fiz uma horta que produziu de tudo. Apaixonei-me pela terra. Pesquisando sobre plantas, vi a foto de uma “kokedama” e achei super curioso. Fui pesquisar mais e vi que tinha toda a matéria-prima no meu quintal. Fazer “kokedamas” se tornou minha terapia na pandemia. Resolvi fazer um “instagram” só pra elas, o @kokedamailhagrande. A galera começou a seguir, e fui convidada a participar do PPP-IG – Parceria dos Pequenos Produtores da Ilha Grande. Expus, pela primeira vez, na Feira de economia criativa no Abraão e não parei mais.
Bruno Fico – Johnny Ratão
Sou Bruno Fico, guitarrista carioca, Ratão da Costa Verde, residindo em Angra dos Reis, desde fevereiro de 2017, onde tenho a imensa satisfação de ser reconhecido como artista. No meu trabalho, utilizo materiais recicláveis, sementes e fibras naturais, fortalecendo a conscientização ambiental e Economia Solidária. Produzo porta-moedas feitos com caroço de manga, bolsas de maquiagem e estojos feitos com caixa de leite, pulseiras, brincos e colares, com sementes de árvores nativas e exóticas. Faço, também, produtos de utilidade, como luminárias, produzidos com bambu e troncos de árvore.
Além de produzir e comercializar meu artesanato sustentável em feiras e exposições, ensino minhas técnicas como forma de geração de renda e terapia ocupacional. Uso minha arte como forma de revolução.
Participar da Vitrine Cultural e Solidária da Costa Verde e estar neste catálogo é a realização de um sonho.
Carleandro – Índio
Sou Carleandro, mais conhecido como Índio. A partir das minhas características físicas, deram-me este codinome. O que faço hoje é fruto do que aprendi com minha experiência de vida na Ilha desde meus 16 anos, com minhas histórias de amor, com amigos e família. Vi uma oportunidade de criar algo novo e investi em um serviço de turismo e lazer diferenciado, o “Passeio de índio”. Fugindo dos pontos turísticos tradicionais e comerciais, criamos um novo estilo de passeio na Ilha Grande, levando nossos clientes para uma experiência única, com passeios de canoa em locais mais reservados, onde os sentimentos vão além das fotos. Trabalhamos com três roteiros:
Passeio Romântico: somente para casal, com o foco na privacidade, podendo ser feito ao cair da tarde, para contemplar o pôr-do-sol, uma linda vista para a Vila, o luar, os brilhos dos plânctons...
Passeio Recreativo: até 4 pessoas, onde o grupo rema junto, de uma forma recreativa, explorando de forma privativa e exclusiva as praias e ilhas próximas.
Passeio Esportivo: até 3 pessoas, privado. Esta atividade demanda que todos remem de forma mais técnica, com o propósito de explorar o máximo possível de algumas ilhas e praias mais desertas.
Além desses roteiros, personalizamos, conforme o desejo de cada cliente, e oferecemos aluguel de canoa havaiana, guia de trilha, rapel e fotos submarinas. Temos ainda, eu e minha companheira Augustina, uma hospedaria, a Casa do Índio. Localizada dentro da mata atlântica, afastada do burburinho da Vila do Abraão, o espaço foi carinhosamente preparado para que a paz e a energia que ali reinam, possam ser apreciadas por nossos hóspedes também.
Obs: As saídas de alguns passeios dependem das condições de tempo e maré.
Informações e reservas: 24) 99916.2097 / 99919.0336 — E-mail: indiorapel@gmail.com
Chris Nogueira
Sou Chris Nogueira, fonoaudióloga com pós-graduação em Surdos, Laringectomizados e Psicomotricidade e Doutorado em Psicanálise com foco em PMD, Esquizofrenia e Autismo. Também formada em Administração de Empresas, com especialização em Mercado de Capitais. Trabalhei em ambas as profissões, que me levaram a residir no Rio Grande do Sul, Minas Gerais e Brasília e, no Uruguai e na Europa, por 8 anos. Nasci no Rio de Janeiro. Descendo de europeus, pelo lado paterno, e de piratas irlandeses e índigenas da Ilha Grande, pelo lado materno.
Meu envolvimento com Antiguidades se deu por gostar das histórias por trás dos objetos antigos. Comecei, garimpando e restaurando a história da minha família e não parei mais. Minha Pousada, no Abraão, Ilha Grande, é uma casa histórica com mais de 200 anos, herdada da família, situada na rua Antônio Moreira, assim nomeada, desde a década de 1960, em homenagem ao meu avô e que hoje abriga o meu Antiquário.
Além de trabalhar com compra e venda de Antiguidades, tenho um brechó e sou também artesã. Iniciei muito cedo, por ter facilidade com artes manuais, porém, somente agora, na maturidade, com mais tempo disponível, venho me dedicando mais. Produzo acessórios em PET, Madeira de Caixotes, Costura Criativa, Sandálias Bordadas, Costura em Geral, roupas para cachorros e, ainda, cozinho deliciosos Chocolates, Pães de Mel, Trufas, Barras de Cereais, Bolos “FIT”, “Mousses” e Fermentados.
Cinthia – Nó de saci
Sou Cinthia, nascida em São Paulo e criada em Atibaia e Ubatuba. Comecei a fazer artesanato aos 15 anos e, aos 17, comecei a viajar pelo Brasil, vendendo meu artesanato à época, acessórios em metal e pedras, macramê e modelagem em “biscuit”.
Em 2005, veio a criação e confecção de roupas, que começou de uma maneira bem lúdica e espontânea, fazendo testes com técnicas diferentes e brincando com as cores. Uma pessoa viu e falou que aquilo era Abayomi. Fui pesquisar e descobri as bonecas que são feitas com os mesmos nós. Apaixonei-me e, desde então, crio e produzo as roupas em Abayomi, com a minha marca “Nó de Saci”. Calças, vestidos e blusas feitos de forma artesanal, sem costura, somente com nós e aplicações bordadas a mão. Produzo sozinha e faço parte do coletivo “Somar” de economia solidária de Paraty. Vendo em feiras e eventos. Em 2006, mudei-me para Paraty, onde já frequentava desde de criança e onde vivo até hoje.
Cláudia Andrade
Cláudia Andrade é uma profissional multifacetada, de alma artista - atriz, dançarina, escritora, idealizadora de projetos culturais. Produtora Executiva e Comunicóloga profissional, graduada em Radio, TV e Cinema pela Universidade de Brasília - UnB, é também Jornalista, Diretora e Fotógrafa. Atua há mais de 40 anos nas áreas de entretenimento, produção audiovisual, cinema, eventos, cerimonial, consultoria em comunicação estratégica, Network Management, criação, produção e gestão de projetos culturais, sociais e ambientais. Poliglota, morou e trabalhou em Los Angeles, Hawaii, Roma, Saint-Tropez, Paris, Munique e Genebra e Europa, além de várias cidades brasileiras. Desde 2013 assume a Direção Criativa de Projetos da Aquela Empresa Criações e Produções, empresa com a qual tem desenvolvido seu projetos e atendido clientes de vários setores, aplicando sua múltipla e cosmopolita vivência profissional.
Seu eclético currículo passa por produções artísticas sertanejas e jazzísticas na TV Bandeirantes SP, onde iniciou sua carreira; Terceira Assistência de Direção para o filme O Poderoso Chefão III, em Roma; Coordenação de figuração para clip de Michael Jackson; Promoteur de casas noturnas; Produtora de shows de Gilberto Gil, Uakti, Baby Consuelo, Salif Keitah, Toure Kunda e Le Rita Mitsouko, em Los Angeles, onde viveu por cinco anos. No Brasil esteve nas equipes de produção de shows de Lulu Santos, Adriana Calcanhoto, Ivete Sangalo, Stevie Wonder e Crioulo, dentre outros. Atuou como Cerimonialista de Governador e de Festivais de Cinema. Foi professora na Academia Nacional de Policia; deu consultoria de P&D para empresa de Cafés especiais; implantou o departamento de eventos da Livraria Cultura de Brasília; coordenou o setor de eventos do Hospital da Criança de Brasília; Coordenou a produção audiovisual de campanhas políticas no Goiás, DF e Pernambuco; Dirige vídeos institucionais; Produz elenco para campanhas publicitárias; Criou a Olhar de Boudoir, empreitada artítica fotográfica e muitas outras experiências profissionais, incluindo guia de turismo trilingue, seu primeiro trabalho aos 16 anos.
Enquanto artista, sua primeira apresentação foi aos 6 anos, como uma astronauta, em um número homenageando a chegada do homem à lua em 1969. Como dançarina, fez Balé Clássico e dança contemporânea nos Grupos brasilienses Asas e Eixos e GEDUnB nos anos 80, com os quais se apresentou em Brasília, Salvador e Fortaleza. Apresentou-se nos espetáculos de variedades do Club Med e em Galas brasileiras em Los Angeles, Paris e Saint Tropez. Como atriz fez cursos no Departamento de Cênicas da UnB, na Escola Macunaíma de SP e diversas oficinas, dentre elas, Comédia física com o Diretor inglês John Mowat, Palhaçaria com Darina Robles (México) e Karla Concá (RJ) e Performance com Violeta Luna (México). No Teatro participou de espetáculos dos renomados diretores brasilienses Fernando Villar, Hugo Rodas, Maura Baiochi, George Duarte e Yara de Cunto. Em 2016, adentrou no universo circense retomando sua carreira artística com o projeto próprio Circus Cabaré Vaudeville, atuando com grandes nomes da cidade sob a Direção do multi-artista argentino Marcelo Lujan. O projeto, ganhou fomento do FAC/2016 e virou uma marca, que tem como proposta reunir artistas das mais diversas origens em um espetáculo de variedades, único a cada temporada, cidade ou Festival. No cinema, trabalhou como figurante e elenco de apoio em filmes e seriados de Hollywood e, mais recentemente, atuou no longa Campus Santo de Marcio Curi.
Enquanto Diretora Criativa de Projetos, concebe, escreve, desenvolve e produz projetos culturais, sociais e ambientais para captação de recursos via Editais locais e nacionais e Patrocínios diretos de Instituições. Dentre eles: “Intervenção Urbana Arte com descarte com a artista holandesa Maria Koijck” (Patrocínio Embaixada da Holanda e SESI) e “Congresso Internacional Cidades Lixo Zero 2018” (Patrocínio Caixa). Cláudia também assina os projetos “Tampinhas Transformadoras”, agraciado com a chancela Celebra Cultura Rio2016 e “Faces da Floresta”, exposição do fotógrafo Valdir Cruz, com patrocínio Caixa Cultural em 2003.
Curiosa e inquieta, está sempre se reinventando e, em uma de suas empreitadas, participou da Oficina de dramaturgia Caminhos, ministrada pelo premiado dramaturgo Maurício Arruda da Cia Armazém de Teatro, onde descobriu um novo talento e produziu o texto TRILHAS, NOITE CHEIA DE LUA DE SOL, em fase de montagem.
No “Circuito Fluminense de Cultura Popular e Economia Solidária da Costa Verde - Etapa Ilha Grande”, Cláudia prestou Assessoria e mentoria à equipe do projeto, para o qual fez a Curadoria com Direção de Arte e Gestão do Espaço Vitrine, e Coordenação de produção executiva.
Claudia Mendes – Cida
“Sou Cláudia Aparecida Mendes, também conhecida como Cida. Natural de Duque de Caxias, no Rio de Janeiro. A princípio, a arte era uma simples brincadeira na primeira Infância, depois passou a ser refúgio na adolescência, tornando-se minha principal atividade na Vida adulta. Sempre como autônoma, sem formação acadêmica. Sou autodidata, realizada na Arte.”
Cida trabalha com Cenografia de Eventos, sociais e corporativos, de Carnaval, fazendo adereços e pinturas artísticas para as escolas de samba e para alguns projetos de cenografia da Globo. É também artesã. Profissionalismo, competência e engajamento são características desta sagitariana que se dedicou dias a fio na reforma e readequação do espaço que abrigou a Vitrine Cultural e Solidária da Costa Verde. Focada e receptiva, Cida tocou as obras, pintando, cortando madeiras, pregando estantes, fazendo móveis, fazendo de um tudo para garantir a entrega na data combinada. Sempre calma e de bom humor, conquistou a equipe, cativou voluntárias, compartilhou seus conhecimentos e técnicas e entregou um belíssimo trabalho de cenografia, que muito contribuiu na valorização do evento e dos produtos e obras expostos no espaço da Vitrine, onde ela colocou não só sua experiência profissional, mas muito amor e solidariedade.
Coletivo Athos
Nosso Coletivo “Athos” é um grupo teatral formado por 13 artistas, moradores de diversos bairros de Angra dos Reis, sob a direção do Professor João Vitor Novaes. Existimos como coletivo desde 2016, com o objetivo comum de pesquisar a linguagem teatral como forma de expressão artística que aprofunda e apresenta diversas demandas cotidianas – individuais e coletivas – de moradores da cidade. A partir de nossos corpos e histórias, buscamos experimentar a relação entre teatro, narrativas pessoais e textos ficcionais. Investigamos de que maneira o teatro, montado para o palco italiano, pode se transformar em teatro de rua, visto que nela temos mais espaço de diálogo com outros corpos e narrativas, além de estarmos mais conectados com a cultura desse espaço público.
Nesse sentido, adaptamos para o teatro de rua o espetáculo “Caio, antes de partir”, estreado por nós em 2018 em palco italiano. A peça que tem, como tema central, despedidas humanas, foi montada a partir do estudo da obra artística "Para uma avenca partindo", do dramaturgo, poeta e jornalista Caio Fernando Abreu, com textos de histórias pessoais dos atores e atrizes do Coletivo. Utilizando-se de uma praça como espaço cênico, o espetáculo considera o público agente da dramaturgia e da construção cênica, convidando-o a intervir com cartas escritas na hora e conversas sobre o universo temático. A ideia é difundir o teatro e fazer o público local ressignificar seu olhar sobre uma obra teatral, entendendo que a plateia não precisa executar um papel de agente passivo no teatro.
Com essa montagem, queremos aproximar o público do universo desse importante dramaturgo da cultura brasileira, mostrando que estamos e somos atravessados por vários Caios diariamente. Assim como na obra do poeta, o título da peça sugere um duplo sentido, que é o de se despedir de Caio e ao mesmo tempo o de ter a queda antes de ir. Além disso, ressaltamos a necessidade e urgência da representatividade em cena, aprofundada pela pluralidade de nossos corpos residentes nessa cidade, conhecida nacionalmente por promover essa modalidade teatral.
Daniela Bayma
Em 1989, a convite da sogra, Daniela, mais conhecida como Quinha - apelido que ganhou da irmã Ângela quando criança, trocou Nova Iguaçu pela praia de Camiranga na Enseada das Estrelas na Ilha Grande. Trabalhou em restaurantes até que foi trabalhar de cozinheira em uma propriedade particular, onde sua irmã também trabalha. Sim, cozinhar está no DNA das irmãs Silva Bayma, filhas de mãe mineira e pai paraense.
Amante da cozinha e, também, das delícias que nela prepara, Daniela teve que reinventar sua alimentação ao se deparar com uma Diabetes. Diante da dificuldade de achar comida para quem tem restrição alimentar, começou a adaptar suas receitas, testando novos ingredientes e adotando a dieta “low carb” e vegana no seu dia a dia, chegando até mesmo a levar seu “kit” quando sai para passeios.
Ao saber da chamada para a Vitrine Cultural e Solidária da Costa Verde, Daniela viu uma oportunidade para começar a comercializar seus produtos. Não teve dúvidas, junto com seu marido Cláudio ( vale um à parte aqui: uma linda história de amor que começou nos anos 90, foi interrompida por 18 anos, e hoje vive sua plenitude) investiu na produção de uma manteiga vegana feita com óleo de coco, linhaça e levedura, criando logomarca e até camiseta. Nasceu assim a “Delícias da Quinha”, uma marca de alimentos saudáveis, sem conservantes, produzidos com muito amor por este casal da Ilha Grande.
Dina Feliciano
Meu nome é Edinar, mas me conhecem como Dina ou Dinarte. Sou bacharel em turismo, massoterapeuta e artesã. Carioca, nascida em Saquarema, região dos Lagos, morei 10 anos em Cabo Frio e, em 2020, fui morar na Ilha Grande, a convite da Sabrina Mattos do Namastê Terapias Corporais, onde trabalho com massagem. A natureza deslumbrante da Ilha que nos brinda a cada amanhecer e exerce um fascínio de mais de uma década em mim, contribuiu para aceitar este convite desafiador, e é minha fonte de inspiração para criar.
Com o artesanato, tenho uma fonte de renda extra. Faço objetos decorativos, acessórios femininos e bonecas africanas, reutilizando materiais descartados pelo homem e os encontrados na natureza, dando um novo formato e uso. Também adoro cozinhar. Sou confeiteira e cozinheira, tendo trabalhado por cerca de 20 anos nesta área. Na Ilha, consigo trabalhar com tudo que aprendi ao longo dos meus 47 anos de vida e me sinto orgulhosa por saber que estou contribuindo para a sustentabilidade do ecossistema desta Ilha paradisíaca, que merece todo nosso respeito.
Dinha Dias
Dinha, mulher negra. É quilombola e ativista social. É produtora cultural, arte-educadora e artesã. Amor e alegria, de corpo e alma, estampados num sorriso largo e olhar cativante. Dinha é Maria Aparecida Dias, a Dinha do Samba, Dinha do Quilombo, Dinha da Cultura.
Essa mineira, de espírito naturalmente acolhedor, adotou a Costa Verde como seu lar há mais de 20 anos e vive entre Mangaratiba e Ilha Grande. Em 2017, ao tomar conhecimento de escravidão em um dos Quilombos de Mangaratiba, Dinha passou por uma grande transformação. Junto a um grupo de defensores da justiça social, lideraram o movimento de libertação e encaminharam denúncia ao Ministério Público Federal. Como resultado, o Quilombo Santa Justina e Santa Izabel conquistou seu direito à liberdade e está em processo de legalização. Foi aí que encontrou-se com a sua ancestralidade quilombola. Tornou-se integrante do Fórum de Justiça da Defensoria Pública de Volta Redonda e, por meio da cultura, começou a promover eventos que dão visibilidade à luta desse povo quilombola. Produz as tradicionais rodas de samba, de jongo, reúne mulheres em rodas de conversa temáticas, ministra oficinas da técnica de confecção de bonecas Abayomi, e criou um canal de divulgação das atividades da comunidade por meio da página “Amigos do Quilombo Santa Justina e Santa Izabel” no “Facebook”.
Não para por aí. Essa guerreira também auxilia os artistas do quilombo a escreverem projetos para editais de fomento e patrocínio cultural. É representante do Movimento do Pequeno Produtor – MPA da Costa Verde e trouxe para Mangaratiba a organização que alia agricultura familiar com a cultura local. Como integrante do Programa de Proteção dos Direitos Humanos, trouxe para o Coletivo de Mulheres da Ilha Grande o Curso de Formação PPDDH-ESS/UFRJ. E, no Chamamento Público da Fiocruz, de enfrentamento à Covid 19, aprovou com o Coletivo de Mulheres o projeto “O lado oculto da Ilha Grande - fome e desinformação”, que doará durante 7 meses, cestas da agroecologia, álcool em gel e máscaras para 100 famílias da Vila do Abraão.
Da sua incansável animação, nasceu o icônico bloco de carnaval Tudo Pela_Dinha, que canta histórias de mulheres guerreiras como ela. Dinha é pura força motriz na defesa, preservação e difusão das centenárias tradições do povo quilombola e das manifestações da cultura popular e economia solidária da Costa Verde.
Força que ela trouxe para o nosso Circuito Fluminense – Etapa Ilha Grande, enquanto uma das Produtoras, articuladoras e mobilizadoras.
Eliane Fontela
Eliane é agricultora na Comunidade Remanescente Quilombola de Santa Justina e Santa Izabel, em Mangaratiba, onde nasceu. Casada com o escultor Marcelo Firmino, vivem da venda das belíssimas obras que ele cria e dos produtos cultivados no sítio, palmito pupunha, abacate, banana, aipim, tangerina, ovos, entre outros. Outro produto que ajuda na renda é a famosa Bananada Tita, que era produzida na fábrica em Mangaratiba, onde seu sogro trabalhou. Em um à parte aqui, Mangaratiba já foi a capital da banana e maior exportadora da fruta, no século passado. Eliane já aprendeu a fazer com ele, mas, Sr. Manoel Procópio, no alto dos seus 80 e poucos anos, forte e cheio de saúde, não abre mão de ir para o fogão e preparar a deliciosa bananada.
Na Vitrine Cultural e Solidária da Costa Verde, a Bananada da Tita, ou melhor, a do Seu Manuel, mal chegou e já foi toda vendida. Não deu para quem quis. Mas se te deu água na boca, é só passar uma mensagem para a Eliane.
Glaucia
Sou Gláucia Baur, conhecida como Gau, 32 anos, formada em ciências biológicas, empresária do setor de hospedagens e artesã. Sempre amei a ilha grande. Vinha muito como turista e, em uma dessas vindas, conheci meu marido, o Caio, nativo da ilha, como dizem aqui badjeco, e estamos juntos desde 2011.
Eu amo artesanato. Confesso que sempre tive jeito para produzir peças artesanais. O macramê apareceu na minha vida como uma forma de relaxamento em plena pandemia, onde ficamos sem trabalhar por cinco meses pois nossa renda principal vem do turismo. As primeiras peças que fiz, agradaram tanto meus parentes e amigos, que me incentivaram a começar a produzir para venda. Entusiasmada, encarei o desafio e criei a “Macrailha”. Produzo peças decorativas, utilitárias mesclando macramê, madeira e cestaria. Também faço peças do vestuário feminino. Minha inspiração vem das mulheres do paraíso onde vivo e da relação que tenho de respeito com o meio ambiente.
Recentemente tive a experiência de participar do espaço Vitrine Cultural e Solidária da Costa Verde, tanto como expositora selecionada e monitora do educativo. Foi muito gratificante poder fazer parte deste projeto cultural voltado para o fortalecimento da economia solidária. Nele fiz novas amizades, contribuí para a horta comunitária dos Pequenos Produtores da Ilha Grande e aprendi um pouco desse movimento cultural e social. Isso foi bem legal.
Filhos da Marambaia – Grupo Cultural
Filhos da Marambaia é o nosso grupo cultural, criado no ano de 2005, com o intuito de estimular a juventude a participar e se apoderar de sua cultura ancestral e levá-la para a festa da nossa comunidade quilombola, que acontece todo dia 20 de novembro. A apresentação foi celebrada pelas mulheres mais antigas do Quilombo, como Vó Almerinda, Tia Luiza, Tia Tacira, Tia Dulce, Mama Vânia Guerra, Tia Isabel, Tia Maria, também pelo Seu Nana. Logo após a primeira apresentação, começamos a nos apresentar em outros lugares fora da nossa comunidade, levando o canto, a dança, o artesanato, a poesia e outras atividades representativas dessa nossa cultura. Trabalhamos com artes cênicas, capoeira, jongo, samba de roda, maculelê e outras danças tradicionais, além de teatro (amador), canto e contação de histórias, somos griôs por tradição. Somos 20 integrantes e ensaiamos nas quintas do quilombo e nas praias. Nossas apresentações de danças e canto variam entre 1 a 2 horas, conforme local e evento. Nosso show normalmente é aberto com as danças afro e poemas criados pelos próprios integrantes. A seguir vêm as apresentações musicais, contando nosso histórico, acompanhadas por instrumentos de percussão, o jongo, a capoeira e, para finalizar, o bom e tradicional samba de roda.
Jackson
Jackson, Sanfoneiro da Ilha Grande, nasceu e cresceu nas tradições da família caiçara da Ilha Grande. A musicalidade herdou das diversas gerações de violeiros e tocador de gaita, como seu bisavô. A sanfona, aprendeu sozinho, por influência do grande sanfoneiro da época, Seu Constantino Kocotós. Há mais de 15 anos, apresenta-se em festas religiosas, festivais, bares, restaurantes e festas particulares, tocando com grupos musicais como a banda Prata da Casa, Trio Caxadaço e Forró de Praia. Grande promotor da cultura caiçara de sua ilha nativa, Jackson, com sua arte, contribui para manter as tradições vivas: calango, danças, folia de Reis e festas folclóricas.
Outra grande contribuição de Jackson para a cultura caiçara da Ilha, são as peças de arte sacra feitas artesanalmente por ele. Expostas e vendidas nas feiras locais, no continente e também por rede social, elas ajudam a divulgar os valores e principais da devoção religiosa dos caiçaras da ilha grande.
Jane Garcia
Jane Garcia é uma alegre carioca, nascida no bairro de Campo Grande no Rio de Janeiro, e moradora de Mangaratiba desde 2007, onde conquistou seu reconhecimento profissional como artesã. O artesanato está presente na vida desta mulher de muitas prendas, desde criança. Aos 11 anos, numa escola em que sua mãe a matriculou para aprender os ofícios artesanais da costura, aprendeu a técnica de bordado de ponto livre a mão. Aos 15, quando já fazia bonecas, seu pai, vendo seu talento, lhe deu de presente de aniversário uma máquina de costura. Entusiasmada, começou a aplicar seus conhecimentos e produzir peças para vender. Tentou se inserir no mercado local do artesanato por várias vezes, durante anos a fio, mas sempre “dava de cara com a parede”.
Desanimada, Jane foi visitar umas amigas em Mangaratiba para espairecer as ideias. Jamais imaginara que deste passeio acabaria encontrando seu lugar no mundo como artesã. Mudou-se então para aquela cidade litorânea e, logo, arrumou uma vaga na feira da praça Robert Simões, onde está há 12 anos. Aprendeu novas técnicas de artesanato, utilizando conchas e macramê e ampliou sua gama de produtos (até demais, segundo ela, que hoje busca um foco que possa trazer um diferencial na sua produção). Seu esforço foi reconhecido lhe rendendo convites para participar de eventos locais e de exposições da Fundação Mário Peixoto, em Mangaratiba, e, ainda, em feiras de outras cidades vizinhas.
No entanto, nunca havia conseguido expor na Ilha Grande. Um de seus sonhos. Até que veio o chamamento público para participar da Vitrine e lhe proporcionou esta oportunidade. Feliz de enfim estar na Vila do Abraão, expondo seus produtos, mágicos sinos dos ventos feitos com conchas, cujo tilintar delicado nos acalma, filtros dos sonhos, construídos delicadamente com tramas de crochê e gravetos encontrados na natureza, e outras peças de costura criativa, Jane declara: “Me sinto muito feliz de fazer parte deste projeto maravilhoso, ao qual sou muito grata. Voltei inebriada com tudo de lindo que vi, quando fui visitar a Vitrine.”
Joana Verli
Joana D’arc Verli é uma capixaba bem humorada, criada no Rio de Janeiro e moradora da Ilha Grande desde 2006. Segundo ela, sua relação com a comida é ótima, adora comer. Mas o convívio com sua irmã mais nova, a cozinheira profissional Marilene Verli, acabou a colocando também nas artes culinárias.
Adepta da horta caseira, cultiva pimentas, verduras e frutas em seu quintal. Até a chegada da pandemia em 2020, a produção era só para uso pessoal. Porém, por incentivo do grupo de Economia Solidária da Ilha, do qual participa há alguns anos, esta produção encontrou outro destino. Virou apimentadas conservas, feitas artesanalmente e embaladas com reaproveitamento de potes de vidro e retalhos de tecido, que ela comercializa na Vila do Abraão. Gostou tanto da nova experiência, que começou a produzir outras delícias aproveitando os demais frutos da horta. Produz doce de laranja da terra, de jenipapo em calda, licores de jenipapo, de manga e o famoso e tradicional licor Gabriela, a base de cachaça, cravo e canela.
Na Vitrine Cultural e Solidária da Costa Verde, além de expor seus produtos, Joana foi também uma das grandes parceiras voluntárias, trazendo humor, leveza e carinho para o árduo dia a dia da montagem.
João Carlos Firmo – Tatayo
João Carlos Firmo é o nome do multi-talentoso Tatayo. Estilista de moda, produtor cultural e ativista social. Esse famoso morador da Ilha Grande atua, há mais de 30 anos, na Baixada Fluminense, na cidade do Rio de Janeiro e na Costa Verde, produzindo projetos culturais e sociais. Com formação em Políticas Públicas pela UERJ, Tatayo também cursou Corte e costura no SENAC, Produção Cultural pelo PROMATEC e Elaboração de Projetos no SEBRAE.
Seus eventos, com enfoque nas manifestações das Culturas Tradicionais Popular e da Cultura Negra, ganhou projeção na mídia por levar conhecimento, capacitação, cultura e lazer às comunidades e grupos culturais destas regiões, com oficinas, debates, rodas de conversa, shows e desfiles de moda. Normalmente realizados em parceria com Casas de Cultura, Espaços de Arte, Faculdades e Associações, a qualidade das atividades oferecidas em seus projetos, assim como as oportunidades de inclusão, despertam grande interesse da população local e emissoras de TV, jornais e revista de todo o país. Tatayo foi destaque no programa de Regina Casé (Rede Globo) com sua participação abordando o movimento musical da Cultura Negra.
Dentre seu vários projetos na Ilha Grande, destacamos OMAR AFRO, uma oficina de moda e arte, realizada com crianças, jovens, adultos e idosos, apresentado no festival Virtual Vitrine Cultural da Costa Verde; o Encontro de Cultura Regionais na Ilha Grande; o ENCULT na Ilha 2016 e 2018 (encontro entre culturas Quilombolas, Indígenas e Caiçara); e o Arena Cultural da Ilha Grande.
Na Vitrine Cultural e Solidária da Costa Verde, Tatayo expôs um trabalho de tingimento e pintura em tecidos sobre cangas e roupas de reuso, utilizando técnicas de Tie Dye e pintura a mão.
João Poeta do Abraão – João Corrêa
Seu João Poeta do Abraão escreve e conta poesias de histórias vividas na Ilha Grande. Nascido João Corrêa Guimarães, na praia do Abraãozinho, em 24 de junho de 1953, este poeta nativo vem de família caiçara, com pai, mãe, avôs e bisavôs, todos nascidos também na Ilha Grande.
Figura icônica e querida da Ilha, Sr. João que gosta de ler e ouvir música romântica, já trabalhou de auxiliar de cozinha e garçom no estaleiro Verolme, foi carpinteiro no Porto Real e passou 12 anos no INEA como artífice. Foi ali, em 2006 que, incentivado pelos colegas de trabalho, começou a pôr no papel suas criações poéticas, que já fazia desde os 21 anos de idade, mas, até então, estavam só na sua cabeça. Ao todo são bem mais de 200 poesias.
Sua inspiração são as maravilhas do paraíso onde vive. Mas não é só deste lado idílico que ele fala, pois segundo ele, “não dá para falar só de coisa boa e mascarar a realidade”. E, é com tristeza, que ele faz também poesias denúncias, falando dos desafios que a Ilha vem passando com a degradação da natureza, a poluição, a retirada de areia da praia, a ocupação e exploração desenfreada. Para não perder este legado histórico poético, Sr. João juntou um trocadinho daqui, outro dali e realizou um sonho antigo, publicando seu primeiro livro independente: “Livro de poesias de João Poeta do Abraão”, com cerca de 120 poesias.
É na sua barraquinha de água de coco, na Vila do Abraão, que Sr. João, já aposentado, passa seu tempo encantando e alertando moradores e turistas com suas histórias poéticas sobre a bela e invadida Ilha Grande. Acredita que “uma poesia bem escrita, com palavras certas, mexe com a sensibilidade da pessoa e pode fazer a diferença”.
Josiele Marques
Josiele é a agricultora responsável pela famosa farinha de mandioca artesanal do quilombo Santa Justina e Santa Izabel. Casada com o artesão Vanildo. É mãe da Maria Alessandra. Ela e sua família vivem da roça e do artesanato de cipó e taboa. Praticante da agroecologia em sua propriedade na Praia do Saco, cultiva alimentos sem agrotóxico e cria galinhas poedeiras. As bananas, pimentas, pitangas e fruta-pão ali produzidas, assim como os ovos caipiras, são comercializados em feiras da região. Os produtos são vendidos, também, de forma “online”, por meio de um grupo de “What’s App”. Para fazer a farinha de mandioca, ela se vale do conhecimento de seus ancestrais quilombolas, mantendo viva essa prática artesanal, passada de geração para geração.
Juliana – Cheiro da Ilha
Somos as irmãs Juliana e Andréa, idealizadoras da “Cheiro da Ilha”. Uma marca que nasceu em 2010 da necessidade de produtos que amenizassem o cheiro de umidade que está em todas as casas, na pequena vila em que moramos, em uma linda Ilha na cidade de Angra dos Reis. Nossa inspiração é a Ilha Grande, um dos lugares mais lindos do mundo por onde nos apaixonamos e escolhemos criar raízes. Produzimos cosméticos, aromatizadores de ambiente, repelentes e produtos de higiene pessoal, todos de forma artesanal, com nossas tinturas, ervas e óleos vegetais. Em nossa produção, fazemos questão de usar a melhor matéria-prima disponível, pois somos as maiores consumidoras de nossos próprios produtos, tornamos-nos, por isso, nossas maiores clientes e temos muito orgulho de entregar a todos os nossos clientes produtos feitos com esse cuidado pessoal. Quer controle de qualidade melhor que esse?
Nossa intenção é mostrar ao maior número possível de pessoas que não precisamos de muito para nos sentirmos bem. Às vezes, basta uma cafungada no seu cheiro favorito para recarregar a pilha e renovar as energias. Pequenas atitudes, como trocar o desodorante de farmácia pelo natural, feito de forma artesanal, são gestos de respeito e amor por nós mesmos e pelo nosso planeta. Para começar, é preciso dar o primeiro passo. São os pequenos gestos que geram os maiores resultados.
Juliano
Juliano é um dos fotógrafos que contribuíram para este catálogo digital, documentando o projeto durante a etapa presencial da Vitrine. Esse paulista de sorriso meigo e olhar artístico, começou a frequentar a Ilha Grande como fotógrafo profissional de paisagem e natureza. Hoje, morador da Ilha, trabalha com fotografia artística, documental e publicitária. Todas em formato digital. Suas fotos autorais, onde busca retratar a natureza de forma a integrar a vida caiçara ilhéu em torno do assunto, sejam elas de cunho cultural ou ecológico (preservação), podem ser impressas em diferentes tipos de papéis de “Fine Art”, usando diferentes técnicas de impressões, conforme o interesse do cliente. Juliano também trabalha com pousadas, bares e restaurantes para produção de fotos promocionais.
Kátia Rocco
Sou Kátia Rocco, artesã de pinturas e costuras. Sou uma paulista que adotou o Rio de Janeiro nos anos 90 para ser minha moradia. Desde os 11 anos, faço artesanato. Era apenas um hobby, mas devido a um problema de saúde, que me impede de trabalhar fora, virou minha fonte de renda com a qual mantenho minha sobrevivência. Amo muito o que faço e amo todo tipo de arte, pois ela está no coração de quem ama a Vida e tudo que ela nos dá.
No meu trabalho, reciclo vidros e tecidos, dando outro visual com a pintura que faço e outro significado ao que, normalmente, iria parar no lixo. Há 11 anos morando em Seropédica, exponho e comercializo minha arte nas feiras da região, nas redes sociais e no local onde moro. Tenho uma clientela boa e, dependendo da época, quando os pedidos aumentam, conto com a parceria da minha amiga Filomena, costureira, que mora pertinho de mim. Minha inspiração para criar é a exuberância da Natureza e o que mais me motiva é o amor que tenho pelo meu trabalho.
Kildma Cristina
Kildma Cristina faz artesanato com tecidos, mas gosta mesmo é do fuxico, não daquele da fofoca, mas sim o da arte que conheceu ainda criança. Conta esta pernambucana, moradora de Mangaratiba há muitos anos, que quando entrou na sala da sua tia avó e se deparou com uma cortina maravilhosa, todinha feita de pequenas e delicadas peças coloridas, o tal do fuxico, feito a mão, com retalhos de tecidos, foi paixão a primeira vista, e para toda a vida.
Nova nas artes do Artesanato, essa professora e artesã autodidata, cria, costura e borda todas sua peças: panos de prato, camisetas, jogos americanos, toalhinhas de bandeja, jogos de copa, entre outras, que vende pelas redes sociais. Sua primeira experiência como expositora foi Na vitrine Cultural e Solidária da Costa Verde. Amou ter participado deste projeto, que lhe trouxe reconhecimento e abriu portas.
Liliana Laura Jirasek - Ma Jivan Prita
Sou gaúcha de Porto Alegre, mas estudei em São Paulo e me formei em Psicologia pela FMU - Faculdades Metropolitanas Unidas. Aperfeiçoei-me em psicoterapia corporal e massagem holística no ESALEMC, com a psicóloga Valéria Ferraz, durante 5 anos. Fiz diversos cursos e “workshops” como eneagrama, oshoterapia, massagem psicoespiritual, limpeza de chacras, equilíbrio energético, meditação, desenvolvimento da consciência e outros. Viajei ao México num intercâmbio cultural entre universidades de psicologia de São Paulo e Cidade do México. Em 1994, fui para a Multiversity Comune Osho, na Índia, onde fiz cursos de terapias holísticas diversas. Desenvolvi um sistema integrado com a natureza onde uno o prazer dos exercícios e caminhadas a técnicas de silenciar a mente e a tomada de consciência.
Vim morar, em definitivo, na Ilha Grande, em 1995, pois já trazia grupos de ecoturismo e desenvolvia alguns trabalhos e projetos, como o projeto verão, que oferecia sessões gratuitas de yogaterapia. Técnica também muito eficaz para a sensibilização e auto percepção. Morar na ilha, trabalhar com pessoas e viver junto à natureza propicia um ambiente ideal para o encontro consigo mesmo. Atualmente posso desenvolver atendimentos individuais ou em grupos, com técnicas cognitivas e corporais: massagens, caminhadas, “workshop”, meditação e relaxamento.
Liomar Consuli
Liomar Ferreira Consuli nasceu em maio de 1972, na cidade de Nova Iguaçu, no estado do Rio de Janeiro. Conhecido artisticamente como Consuli, é pintor e tem graduação em Letras/Literatura.
A paixão pela arte se iniciou na infância, contudo só foi despertada quando viu, pela primeira vez, um artista pintando na mesma área onde Consuli vendia livros. Aproximou-se deslumbrado e, fazendo várias perguntas ao desconhecido pintor, que hoje é seu amigo, começou, no mesmo dia, a estudar e fazer seus primeiros esboços artísticos. Com o incentivo de vários amigos que admiraram seus primeiros trabalhos, deu, então, início à jornada artística. Três meses depois, fez a sua primeira exposição na Casa da Moeda do Brasil. Local onde viu seu amigo pintando. Ali, Consuli teve todas suas obras expostas, vendidas.
Desde 2005, Consuli vem participando de exposições individuais e coletivas, inserido ativamente no mercado e contribuindo com a renovação da arte contemporânea. No Brasil, já expôs em vários lugares como a Casa da Moeda, o Tribunal de Justiça de Nova Iguaçu, a Prefeitura do Rio de Janeiro, entre outros. Porém, tem maior reconhecimento internacional em países e cidades, respectivamente, como Portugal, Áustria, Suíça, Roma, Barcelona, Zurique, Genebra, Paris e Principado de Liechtenstein, onde participou pela Casa Brasil do 6° Salão de Arte Brasileira com outros 54 artistas e obteve a segunda colocação. Como prêmio, sua obra Raízes do Caparaó tornou-se selo da cidade de Vadus, capital do principado.
Os quadros de Consuli são pintados com tinta Acrílica à base d'água, e ele monta suas próprias telas, reutilizando madeiras descartadas. Seu ateliê funciona em sua casa, e as vendas são feitas nas exposições físicas, no Brasil e na Europa, assim como, virtualmente, por intermédio de sua “marchand” cuja entrega pode ser feita pelos correios ou pessoalmente.
Lu Ribeiro
Lu Ribeiro é de São Paulo. A música entrou na sua vida profissional em 2009. As inspirações chegaram junto com a beleza natural da Ilha Grande e com os grandes cantores e cantoras da música brasileira. Muitas conexões se formam nesse universo artístico, como a gravação de DVDs, de vídeo-clipe, bandas e festivais. Hoje interage com a sua própria arte através de ensaios, instrumentos e pintura.
Lucas dos Reis
Lucas dos Reis, o D’Lucca, é um artista plástico itinerante, formado em Design Gráfico pela Faculdade Iluminura e fundador da “Zion Arte”. Natural de São Gonçalo, no Rio, esse viajante pôs o pé na estrada e foi viver de sua arte nas mais diversas regiões do Brasil, fazendo quadros pintados com os dedos das mãos. Como estímulo para suas andanças, Lucas adota o seguinte pensamento: "Esbanje sonhos, ninguém sonha em vão e também não é verdade que os sonhos fogem, as pessoas é que desistem, e eles morrem."
Luiza Saad
Sou Luiza Saad, carioca de 30 anos que, em 2018, tomei a ousada decisão de deixar a cidade natal para morar em Paraty e viver de fotografia.
Desde criança, meu interesse pelos seres vivos e pela natureza veio acompanhado pelo olhar atencioso aos detalhes. Eram momentos de reverência à beleza da vida cujos pequenos encantos comecei a registrar amadoramente em fotos. Mais tarde, durante minha graduação em Biologia, interessei-me pelos processos ópticos envolvidos para a formação e registro da imagem no interior da câmera, assim como todas as escolhas necessárias para que, manualmente, faça-se uma boa foto. Investi, então, em uma boa câmera e fiz o curso básico de fotografia na tradicional escola Ateliê da Imagem, no Rio de Janeiro. Assim, dei meus primeiros passos rumo à minha profissionalização e não parei mais. Adentrei de cabeça nesse universo.
As disciplinas cursadas das Ciências Humanas, abriram-me um outro olhar para as pessoas, a sociedade e o mundo. Compreendi que fotografar não era apenas registrar o “real” e sua “beleza”. Era também um incrível meio de expressão, capaz de dar voz a mim e ao outro, um ato de transformação. Assim, todos os meus interesses e propósitos de vida confluíram para a fotografia. E, nesse momento, conheci meu atual companheiro. Um paulistano que também queria fazer da fotografia a sua profissão. “Não deu outra”. Mudamos para Paraty e passamos a trabalhar inteiramente com fotografia.
Atualmente, sou uma feliz fotógrafa profissional autônoma, com experiência em fotografia documental de eventos culturais, fotografia de produtos, retratos, gastronomia, arquitetura e interiores. Amo o lugar onde vivo e a vida que escolhi viver. Sou grata por ter feito da fotografia um caminho que me leva a conhecer pessoas incríveis com suas produções e suas histórias. Também, principalmente, poder contribuir com suas trajetórias, seus sonhos de vida e, até mesmo, transformações.
Participar da documentação fotográfica para este Catálogo Digital, junto com Aline da Cinexxia, foi mais uma destas experiências enriquecedoras. Uma viagem curta, mas intensa. Não só em ritmo de trabalho, mas sobretudo pela diversidade cultural da Costa Verde e a potência das pessoas que a fazem. As quais tivemos a honra de testemunhar e registrar com nosso olhar.
Marcelo Junior
“Pintar na rua tem muito ponto positivo, crianças que admiram, adultos surpreendidos, pessoas se comunicando a todo tempo. A arte renova o ambiente.”
É com esta citação que apresentamos o profissional de multifacetas, Marcelo de Barros Júnior, o Marcelo Rasta cuja vida está dividida entre a pescaria, a arte visual, a música e a marcenaria. Nativo da Ilha Grande, filho de família de várias gerações de caiçaras, nunca morou em outro lugar. Ainda pequeno, aprendeu alguns destes ofícios que exerce profissionalmente. A marcenaria está na família, aprendeu a fazer móveis e telhados com seu pai, já falecido, e seus tios, com quem trabalha até hoje. O da pescaria artesanal com rede, outra de suas fontes de renda, foi passado pelos seus tios, quando os acompanhava em suas pescas como uma forma de lazer, que hoje também pratica com seu filho Amani em sua canoinha, adquirida com recursos vindos de seus outros trabalhos com arte visual.
Marcelo iniciou sua vida profissional aos 17 anos, com a música, tocando na Banda Monte Zion. Além dos shows que fazia no Rio de Janeiro, viu mais uma oportunidade de ganhar dinheiro com a música, aproveitando a habilidade da marcenaria para fazer instrumentos. Pegava restos de tronco e de coqueiros achados na natureza, cavava e fazia tambores africanos, vendidos em uma barraquinha na Vila do Abraão. Um destes tambores, foi comprado pelo artista plástico Cety Soledad, de quem Marcelo ficou muito amigo. Quando Cety teve na Ilha, por ocasião do evento “Ilha Grande Tabela”, organizado pelo Coletivo Plantou Colheu, criado por Marcelo e outros moradores da Ilha, ficou impressionado com a quantidade de muros “em branco”existentes na Vila. Já conhecedor do talento de Marcelo para o desenho que este fazia, desde criança, de forma amadora, viu nesses muros, grandes telas para colorir. Incentivou Marcelo a aprimorar suas habilidades artísticas e voltou para pintá-los junto com ele. Desde então, Marcelo não parou mais de dar vida aos muros da Vila e, hoje, graças ao amigo Cety, tem mais uma profissão: artista muralista, o carro chefe de sua renda familiar, junto com a produção audiovisual. Esta outra habilidade nasceu da necessidade de documentar os eventos do coletivo, responsável por agitar a Vila culturalmente, alertando para as questões ambientais. Marcelo, junto com sua esposa Bianca, começaram a produzir vídeos para o coletivo. Trocando conhecimentos com outros profissionais da ilha, os vídeos agradaram tanto que começaram a surgir demandas de outros clientes. Se estruturaram investindo em equipamentos e, assim, a produção audiovisual se tornou mais uma fonte de renda da família Marcelo, Bianca, Amani e Zyan.
Na Vitrine Cultural e Solidária da Costa Verde, Marcelo emprestou seu talento para transformar a velha casinha caiçara localizada frente ao mar e, gentilmente, cedida pela AMAIG (Associação dos moradores a amigos da Ilha Grande) para abrigar o evento. Pintou um pescador e uma costureira como forma de representar algumas das tradições e manifestações culturais da Ilha, dando uma nova cara ao local, frequentemente fotografado pelos transeuntes.
Marcelo Firmino
Sou Marcelo da Silva Firmino, artista escultor autoditada, nascido em Mangaratiba. Há 20 anos, dedico-me a esculpir peças com madeiras oriundas de podas da mata Atlântica e descartes de obras. Tenho um ateliê instalado nas terras da Comunidade de Remanescentes Quilombolas Santa Justina e Santa Izabel em Mangaratiba, onde estou domiciliado. É aberto à visitação, com agendamento prévio. Gosto muito do que faço e espero cada vez mais buscar a perfeição.
Marcos Xavier
Sou paulista, terapeuta holístico, autônomo e itinerante. Trabalho com práticas terapêuticas que visam a cura, o reequilíbrio, o relaxamento físico, mental, emocional e espiritual. Entre estas, as que mais pratico são as massagens, Havaiana, Bioenergética e participativa para tratamentos de dores, estresses e ansiedades. Meus atendimentos são feitos nas praias, ao ar livre, também em pousadas e casas. Atrelando a parte de terapia e autoconhecimento, venho com a dança e conhecimentos de astrologia.
A dança, além de entreter e divertir, auxilia a reconhecer nossas emoções, promovendo um entendimento de quem somos nas trocas que temos. Nessas danças, utilizo o aspecto dos 4 elementos (terra, água, fogo e ar), que facilitam o trabalho de entendimento do corpo, trazendo equilíbrio e ajudando na expressão mais íntima e verdadeira. Com a Astrologia, venho com a ideia de quebrar padrões de que somos somente os principais regentes dentro de um horóscopo. Somos um campo muito maior. Levo, ainda, conceitos da astrologia maia para ajudar também no entendimento do nosso propósito de vida e caminhos que possam nos ajudar a alcançá-lo.
Meu interesse em participar da Vitrine Cultural e Solidária da Costa Verde, além de divulgar meu trabalho, foi também de estar mais próximo dos moradores e trazer um beneficio para eles, com 30% de desconto, pois sei que a comunidade tem muito trabalho, mas pouco descanso e cuidado para si.
Maria Elena
Meu nome é Maria Elena. Sou colombiana, viajante. Já morei nos Estados Unidos, na Índia e, atualmente, moro na Ilha Grande, no Brasil, desde 2016. Amo tudo que tem que ver com moda têxtil e cores, mas nunca tinha tentado nada, até que conheci o “Tie Dye” e as diferentes técnicas de tingimento que podem ser usadas. Decidi então criar “A menina do Tie Dye”, minha marca que tem por objetivo oferecer aos turistas e moradores produtos coloridos únicos, 100% artesanais e personalizados, que lembrem a Ilha Grande e sua multicolorida exuberância. Crio camisetas, “tops”, bolsas ecológicas e vestidos, sendo algumas personalizadas com o nome Ilha Grande, feito manualmente, com serigrafia. As vendas são feitas pelo Instagram, na loja física Maria Bonita e na feirinha criativa artesanal na praça principal da Vila do Abraão. Sou nova na área do artesanato. Estou aprendendo todos os dias e, com a resposta de público bastante positiva, estamos trabalhando para criar mais produtos “A Menina do Tie Dye”.
Maria Fernanda
Sou Fernanda Silva, Chilena, 34 anos, companheira de Luiz, nativo da Ilha, e mãe do Tao de 3 anos. Moro na Ilha Grande, desde 2006. Durante 6 anos, morei na Praia do Bananal e, depois, vim morar na Vila do Abraão. Sou Fotógrafa profissional, Professora de Yoga e Doula.
Nascida e criada em um dos Vales do Aconcágua, as ervas medicinais sempre estiveram presentes na minha vida, pois minha mãe as usava para cuidar da família. Foi com ela que aprendi o que sei hoje. No ano de 2013, devido a uma doença, fui resgatar tudo o que já tinha aprendido com minha mãe, e comecei a me aprofundar nos estudos sobre as propriedades destas ervas e sobre alimentação saudável. Foi assim que cheguei aos chás. Comecei experimentando erva por erva e fui mesclando para potencializar. Ao me ajudar, vi que poderia ajudar outras pessoas que estão à procura de mais qualidade de vida. Criei a “Amar-te Chás Artesanais”. Trabalho sozinha, criando “blends” próprios de chás funcionais, como chás diuréticos, emagrecedores, indianos, relaxantes, digestivos, tonificantes. Confecciono minhas próprias embalagens. Tudo é produzido por mim, com muito carinho, e comercializado na Ilha.
Maria Gorete
Maria Gorete é uma artesã ativista do movimento da Economia Solidaria – EcoSol - da Japuíba, em Angra dos Reis. Junto com suas companheiras do artesanato, Severina, Leonídia, Ana Maria e Célia fazem pintura em tela, crochê, roupas customizadas, arranjos florais artesanais, bonecas e objetos decorativos e utilitários reciclando garrafas “pet”. Estão sempre fazendo cursos de formação no Rio de Janeiro e participando de feiras em vários lugares, como a da Cinelândia no Rio, em bairros de Angra, e até mesmo em Santa Maria no Rio Grande do Sul, onde ocorre anualmente um Festival de Economia Solidaria.
Com a pandemia, as feiras fecharam e a demanda caiu. Mas, mesmo assim, seguiram na luta, sem deixar a peteca cair. Revezando casas, reuniam-se, produziam e vendiam pelo famoso boca a boca, auxiliado pelos grupos de “whatsapp”. Segundo Gorete, “vivia num mundo da lua, mas depois que entrei pra EcoSol, há uns 10 anos ou mais, me vejo outra pessoa, tenho orgulho de ser deste movimento, que tanto me ensinou!”
Maria Pereira – Dona Maria
Nascida em Vitória da Conquista na Bahia, Maria Pereira, a Dona Maria, morou 8 anos na Ilha Grande e, em 2007, foi para Paraty, a trabalho. Com a falência da empresa onde trabalhava, decidiu ficar por lá mesmo. Sem emprego fixo, a vida não foi nada fácil para Maria, pois sua vida inteira escutou de muitas pessoas que ela não era capaz, que não conseguiria aprender nada, o que lhe deixou sem expectativa de conseguir outro trabalho.
Mesmo diante de uma depressão, onde não tinha vontade de fazer nada, essa baiana vitoriosa não sucumbiu e se desafiou. Com muito apoio de pessoas queridas - nada tóxicas como as de seu passado- e de alguns professores de projetos sociais, Maria decidiu que estava na hora de aprender. Participou de oficinas, fez cursos e funcionou. Começou fazendo barras de pano de prato, coisas bem simples, mas com o aprendizado foram se aprimorando ao longo dos anos. Hoje ela cria lindos tapetes, “souplats” e jogos de banheiro feitos em retalhos, ou em crochê com fios de barbante tingidos, costumiza e renova roupas usadas, cortando, costurando e bordando, faz coloridas peças decorativas e brinquedos com material reciclado. Tudo graças às técnicas que aprendeu nos cursos e sua determinação.
Apesar de se achar ainda tímida e insegura com seu artesanato e da relutância em se inscrever para concorrer a uma vaga na Vitrine Cultural e Solidária da Costa Verde, a pupila Maria encarou o desafio insistentemente proposto por um de seus professores, o João Carlos Tatayo, e preencheu o formulário. Ao saber que tinha sido selecionada, botou sua diversa produção na sacola, pegou a barca para a Ilha e lá foi ela, toda linda, expor seus produtos na Vitrine. Para Dona Maria, o artesanato, mais que uma fonte de renda, foi a melhor terapia para vencer a depressão.
Marilda Caiares
Falar de Marilda Caiares, essa artista paulista de sorriso acolhedor e alegria de viver contagiante, que tão amorosamente nos recebe em sua casa em Dois Rios, na Ilha Grande, onde tem a gata Sophia e uma coleção de sombrinhas, não foi nada fácil. Assim como também não foi fácil selecionar as fotos de sua diversa e belíssima produção artesanal, que comporiam seu mosaico neste catálogo. A sensibilidade e dedicação de Marilda estão estampadas em suas peças feitas reciclando garrafas “pet”. De móbiles a vasos de plantas, verdadeiras obras de arte, pintadas e bordadas a mão com o pirógrafo. Elas dão vida ao salão principal do Ecomuseu, onde funciona seu ateliê e estão, também, por toda parte, em sua casa, como objetos decorativos e utilitários – saboneteiras, cortinas etc. Afinal, segunda ela, “em casa de ferreiro, o espeto não poderia ser de pau, não é mesmo?”. Sendo assim, deixo a própria contar um pouco de sua história, nos enviada em 29 de maio de 2021:
“Olá, meu nome é Marilda Aparecida Caiares, estou completando hoje 73 anos. Em 1989, vim de Assis, interior do estado de São Paulo, onde nasci e vivi até os 39 anos, direto pra Dois Rios, Ilha Grande, Rio de Janeiro. Aqui encontrei o presídio, ainda em atividade, até 1994. Depois veio a UERJ e se estabeleceu aqui. Foi através dela que conheci um casal de oficineiros que nos ensinou a trabalhar com garrafa “pet”. Tomei tanto gosto que hoje não sei fazer outra coisa que não sejam minhas peças decorativas, que adoro e agradam a tantas outras pessoas. Essa sou eu e isso é o que faço. Transformo lixo em luxo. Obrigada pela oportunidade de expor na Vitrine Cultural e Solidária da Costa Verde”.
Sem mais palavras, não vejo a hora de voltar a encontrá-la, ser recebida em sua varanda com um café quentinho, regado a nostálgicas histórias de vida, continuar o papo no quintal, onde nos serve um feijão com arroz inesquecíveis, passear pelo vilarejo conhecendo os moradores, todos amigos de Marilda, visitar seu ateliê na casa azul de janelas e portas cor de rosa. Enfim, de passar momentos de pura arte, paz, alegria e conforto, que nos aquece a alma. Obrigada, Marilda, por existir.
Marilda – Bracuí
Marilda de Souza Francisco é uma mulher quilombola, liderança ativa da comunidade do Quilombo de Santa Rita do Bracuí, em Angra dos Reis. Mãe de três filhos, sendo um adotivo. É católica, funcionária pública, representante da associação de moradores – ARQUISABRA - em vários conselhos na cidade. É a maior representação da memória oral no Quilombo. Em Angra dos Reis, ganhou diversas homenagens pelo seu papel na luta pelos direitos sociais, pela terra e a permanência da comunidade de Santa Rita do Bracuí, assim como na luta contra o racismo e o branqueamento do território e por sua atuação na Escola Municipal Áurea Pires da Gama, onde trabalhou por muitos anos.
Amante da natureza, Marilda trabalha para preservá-la. Sua propriedade é uma agrofloresta, com plantação de mudas de palmito juçara, um sistema agrícola em forma de mandala que produz verduras e hortaliças e tem um galinheiro ao centro, repleto de galos e galinhas. Garantia diária de ovos.
Marilda é praticante do turismo de base comunitária em sua propriedade, onde ela caminha com os visitantes por uma trilha, contando a história da região e da comunidade. Sua história familiar, o Jongo e o Calango, estão entrelaçados nas lembranças de sua mãe. Pelo lado paterno, Marilda lembra também das histórias do tempo do cativeiro, transmitidas pelos seus avós e passadas ao seu pai que, segundo ela, gostava muito de contar histórias.
“A comunidade quilombola pra mim, na minha cabeça, quando os nossos antepassados foram sequestrados, eles sabiam que não voltariam pra lá. Então, eles deixaram pra nós essa herança, esse território. Deixaram um pedacinho daquela África pra nós. Esse aprendizado, essa cultura, esse modo de pensar que a gente tem no quilombo.”
Marilene Verly
Marilene Verly trabalha de forma artesanal em sua residência, fazendo doces, bolos e comidinhas que comercializa de modo itinerante, na Vila do Abraão, na Ilha Grande. Cozinheira de mão cheia, com formação técnica pelo SENAC, trabalhou em restaurantes conceituados no Rio de Janeiro. Quando passou um período em Brasília, cidade pela qual se apaixonou e sonha voltar, aprendeu as técnicas do panifício em um curso de padeiro oferecido também pelo SENAC. E, nos diversos cursos livres que frequentou na Embrapa, descobriu a culinária e os produtos típicos da região centro oeste que lhes cativou.
Sua história com a Ilha Grande começou com uma simples visita a uma amiga, que mudou tudo em sua vida. Meses depois desta bendita visita, em novembro de 2004, largou tudo e fixou sua âncora, naquele paraíso. Trabalhou em um dos melhores restaurantes da Ilha, mas por vários motivos, não deu certo. Lamentamos, mas se não fosse por isso, hoje não estaríamos podendo apreciar seus quitutes de dar água na boca, como seu famoso bolo de banana sem glúten e sem lactose, seu doce de abóbora com coco, de comer de joelhos, ou sua deliciosa comida caseira, vendida em quentinhas, por encomenda, e entregues por sua irmã Joana, na casa de cada um de seus clientes fiéis. Cozinha de resistência é como Marilene gosta de chamar sua produção culinária, focadas nas plantas do seu quintal, dando especial atenção às PANCs – plantas alimentícias não convencionais.
Essa encantadora cozinheira, que nos acolhe e seduz com suas delícias, declara: “... fazer parte da PPP-IG – Parceria de Pequenos Produtores da Ilha Grande, um grupo criado para ajudar os moradores quando chegou a pandemia, fez uma grande diferença em nossas vidas. Trouxe força e estímulo para pensar além, resistir e sonhar com uma forma mais solidária de passar por esta tragédia humanitária. E esse projeto da Vitrine Cultural, que me deu a oportunidade de expor meus produtos feitos com coisas do meu quintal, laranja, abóbora, banana, abriu mais uma porta de divulgação para fortalecer nossa renda.”
Marisa Coelho
Marisa era cabeleireira em Ribeirão Preto, no interior de São Paulo. Em 2014, por conta da estafa com o salão, mudou-se para Ilha Grande, em busca de qualidade de vida. Assim que chegou, participou de um curso de artesanato, oferecido por uma ONG que trabalhava com reciclagem. Um curso rápido, mas que lhe trouxe muitos benefícios, pois não só aprendeu a transformar caixas de leite, cascas de ovos, garrafas e outros resíduos, que normalmente descartamos no lixo, em belas peças artesanais, como abriu as portas para esta nova moradora se integrar na comunidade da Vila do Abraão. Conheceu pessoas, fez amizades e deu início a uma nova carreira, a de artesã. Juntando o que havia aprendido no curso com a técnica de patchwork, que já fazia em Ribeirão, começou a fazer bolsas, carteiras, objetos decorativos e utilitários, que comercializa nas feiras locais e em sua casa.
Essa incansável mulher, amante da natureza e de atividades físicas, foi até Paraty para fazer um curso de Yoga, uma de suas grandes paixões, além do artesanato. Formou-se e começou a dar aula. Mais uma profissão. Nas palavras de Marisa: “trabalhar com reciclagem é um grande prazer por tudo que representa, um lixo a menos para poluir nosso planeta. Além disso, compartilhar meus conhecimentos nos cursos que dou na Casa de Cultura da Ilha, e ver as crianças que participam dos workshops que ministro em escolas, se encantarem diante das novas possibilidades de uso para o que seria lixo, é muito gratificante!”
Monica
Sou Mônica Lima. Uma mulher indígena da etnia “Manaú” (da Floresta Amazônica da Amazônia), do tronco linguístico “Arawak”. Meu nome Indígena é “Tripuira Kuaray” e quer dizer “O Pássaro que Canta ao Amanhecer”. Há anos vivencio na Ilha Grande, aprendi que a Ilha ouve nossos sonhos e desejos. Meu artesanato indígena ancestral é feito com material da sagrada natureza para cultuá-la, ou a partir de material reciclado, trabalhando a conscientização da Educação Ambiental. É uma forma de compartilhar minha espiritualidade. É como se fosse um Portal para a Floresta. É minha maneira de cultuar o Sagrado que é a Natureza. E, assim, agradecer à Floresta e ao Universo.
Floresta tem flores lindas e cantos de diversos pássaros. Muitas árvores e animais, frutas e orquídeas. Um lugar de pura conexão! Um lugar onde poderá ver o azul do mar e do céu, o pôr do sol, a lua e o céu estrelado. Poderá retornar à sua ancestralidade através deste Portal com diversas dimensões energéticas. O verde da mata e seus encantos falam. Assim ofereço os encantos indígenas, tradição que passa e resiste ao tempo, com meu artesanato.
Temos filtros dos sonhos, mensageiros dos ventos, maraká, miçangas, cocares, brincos, cestas, dentre outros encantos. Podemos ouvir o som do bambu ao vento e o som das batidas das ondas do mar com os instrumentos musicais indígenas. Também oferecemos redes das mulheres indígenas para relaxar e meditar.
Ouça o chamado do indígena dentro de você, ouça o seu coração. Pense em cozinhar à lenha, fazer fogueira em um luau ou em um ritual. Retornar à sua ancestralidade, pois a Floresta grita dentro de nós.
Na Vitrine Cultural, alem de expor a natureza em forma de lindas peças artesanais, Mônica pôs a mão na massa como voluntária, ajudando na reforma da casinha e trazendo muitas boas vibrações para a equipe.
MUNDIÁ
“Mundiá” é um termo popular e regional que, na região amazônica, significa encantar e enfeitiçar. O conjunto “Mundiá” foi idealizado por paraenses radicados na cidade de Paraty, no Rio de Janeiro, com a intenção de difundir para a comunidade local e da região, maior contato com a cultura popular do norte brasileiro. Os integrantes são artistas que trocam e somam os saberes de suas diferentes origens e de suas diversas áreas artísticas com os saberes e fundamentos dessa cultura. Isso acontece através e principalmente da música e dança, com apresentações que destacam composições próprias e dos antigos mestres do carimbó e demais ritmos amazônicos, das oficinas, que trazem a vivência dos passos e giros das danças, da percussão, da culinária paraense e da fotografia. Sendo assim, o grupo, em seu perfil, possui um caráter sociocultural e artístico, onde a formação do público acontece, naturalmente com a integração e interação dos elementos dessa região do Brasil.
A pesquisa musical do conjunto “Mundiá” se inicia nas raízes paraenses, mas se estende para além, sob as referências caribenhas muito difundidas nos rios de nossa imensa Amazônia. Nossos antepassados navegavam pelas ondas sonoras ao som de cumbia peruana e colombiana, merengue e salsa cubana, dando origem a algumas sonoridades muito similares ao que conhecemos hoje no Pará como lambadas, guitarradas e carimbó. Isso tudo reúne uma identidade cultural africana, caribenha e amazônica em canções que falam sobre a relação do homem com a natureza, suas encantarias e sabedoria populares difundidas através da poesia musical.
Nadege Núbia
Sou a Núbia, hoje moradora da Vila do Abraão em Ilha Grande. Minha história com o artesanato começou com almofadas e peso de porta que fazia para vender na feira. Quando me casei, fui morar na praia do Bananal e me interessei em começar uma linha de artesanato, usando as conchas que ali eram abundantes, criando bijouterias, garrafas trabalhadas, porta-retrato, porta-incenso e outras coisas. Como eu gosto muito de canecas, em uma viagem para São Paulo, comprei uma personalizada feita na hora. Fiquei maravilhada e pensei em também fazer para os turistas da Ilha. E por que não? Foi então que decidi unir o artesanato que eu já fazia à produção de canecas personalizadas, que eu tanto amo. Consegui uma ilhazinha em um “shopping” da Vila e abri a “Ilha das Canecas”. Meu negócio junto com meu marido. Estou sempre aprendendo, pesquisando e investindo no crescimento do meu empreendimento, trazendo inovações em produtos e serviços para os moradores da ilha e os turistas. Poder fazer as canecas personalizadas da Vitrine Cultural e Solidária da Costa Verde foi um desafio que me trouxe muito orgulho.
Nancy Lino
Sou Nancy Lino, Secretária Executiva Voluntária do Fórum ECOSOL ITAGUAÍ-RJ. Somos um Coletivo não governamental, dedicado à produção de peças artesanais, com oficinas e espaço de venda. Temos, como pressupostos básicos, a prática do trabalho solidário, do preço justo, do consumo ético e consciente, por meio das trocas solidárias de bens e serviços, baseados na cooperação, na inclusão socioprodutiva, na democracia participativa e no combate a qualquer forma de discriminação e exploração. Praticamos uma articulação militante e autogestionária junto aos variados empreendimentos de economia solidária, entidades não governamentais de assessoria técnica, gestores públicos e estamos no Movimento pela Economia Solidária do Rio de Janeiro.
No Coletivo, todos ensinam e aprendem uns com os outros. Multiplicamos os saberes. Trabalhamos com materiais recicláveis, pensando no compromisso de preservar o meio ambiente e atendendo aos princípios da ECOSOL. Produzimos peças decorativas, utilitárias, acessórios, bijuterias e roupas, que são comercializadas pela nossa loja Virtual ECOSOL ITAGUAÍ, pelo whatsapp (21)997426262. No nosso espaço, atendemos somente às segundas-feiras e aos sábados, das 9 às 12 horas.
Venha ser um membro Voluntário. Estamos cadastrando novos integrantes, amantes da sustentabilidade, que sejam solidários e tenham interesse pela agricultura familiar e peças artesanais. Podem se inscrever Indígenas, Quilombolas, Ribeirinhos, Caiçaras, Catadores de materiais recicláveis, pessoas em situação de rua, desempregados, desalentados. Aceitamos novas parcerias, patrocinadores e doações de materiais recicláveis para nossa produção artesanal, assim como alimentos não perecíveis, roupas e brinquedos para serem doados a pessoas carentes. Sejam bem-vindos!
Endereço : Rua Juraci Vidal Clemente Sobrado, nº 305, Centro, Itaguai- RJ.
Atendimentos presenciais somente às segundas-feiras, das 10 às 12 horas.
Trabalhamos virtualmente e com voluntários .
Loja virtual: https://posts.gle/qgvQwo
Email: forumecosolitaguai2021@gmail.com ou nancylinoadv@yahoo.com.br
NEGA PISÔ
Com cocos que caem do pé e balançam na levada das mãos, Nega Pisô é um grupo que surge da paixão pelo coco de roda, também conhecido como Samba de Coco, ritmo popular brasileiro, difundido em diversos lugares do território brasileiro, principalmente no Nordeste e que hoje encontra também paradeiro em Paraty. Nega Pisô tem como base a pesquisa em coco que abrange o discernimento das origens e seus diferentes sotaques, a proximidade com os Mestres e Mestras e a difusão dessa manifestação, que é uma das bases da música popular brasileira, que se espalhou pelo Brasil e pelo Mundo.
Nosso grupo nasceu em 2018 e é formado por 4 mulheres de diferentes trajetórias. Atualmente são profissionais e moradoras de Paraty, que tocam, cantam, compõem, pesquisam e brincam com essa cultura genuinamente brasileira. Apresentamos um repertório de toadas tradicionais, também com composições autorais que retratam a realidade do nosso território.
Somos Fernanda Echuya, paulistana, produtora cultural e digital, batuqueira e brincante, pesquisadora da cultura popular. Cláudia Ribeiro, bahiana, atriz, educadora, pesquisadora em teatro, música, dança e literatura. Débora Saraiva, paulistana, percussionista e educadora; e Marília Silva, também paulistana, empreendedora em gastronomia e apaixonada pela cultura popular. Juntas, em sintonia fina, trazemos o recorte histórico das mulheres dentro da cultura do coco para o caldeirão artístico de Paraty, com todo nosso amor por essa cultura tradicional. Corriqueiramente convidamos músicos locais e de outros lugares para somar e fortalecer essa importante manifestação da nossa cultura. E viva o coco!
Contatos:
Fernanda Echuya: (24) 99904. 6223 - fernanda.echuya@gmail.com - Instagram: @fe.echuya
Cláudia Ribeiro: (24) 99984.0033 - claudiaribeiroparaty@gmail.com - Instagram: @claudia.ribeiro8
Débora Saraiva: (24) 98125-5290 - percussiondebora@gmail.com - Instagram: @deborasaraivapercussion
Marília Silva: (24) 99879-6549 - mariliabms13@gmail.com - Instagram: @mariliambm_silva
Norma Christianes
Norma Christianes foi uma pintora nativa da Ilha Grande, uma artista de sensibilidade ímpar que conseguiu imprimir em suas obras a beleza das paisagens e o bucólico estilo de vida dessa Ilha, que tanto amava. Talentosa e de múltiplas habilidades, Norma costurava, bordava, tricotava, fazias flores de pano e esculturas. Mas, foi só aos 40 anos, com os filhos já crescidos, que começou a pintar.
Sua inspiração era sua ilha. Retratava com maestria a natureza, os elementos históricos, o doce cotidiano dos caiçaras e ilhéus. A famosa lancha Tenente Lorete, guiada pelo seu pai Ernani, que fazia todo transporte de mantimentos e presos para a ilha e, depois, foi a principal lancha de salvamento, eternizada em vários quadros de Norma, assim como outras embarcações caiçaras, o aqueduto e cenas típicas da Ilha. Uma delas, a de crianças brincando na canoa, perto de uma ilhota, na década de 70, está no quadro de Norma que foi exposto em sua memória, na Galeria da Vitrine Cultural e Solidária da Costa Verde. O proprietário da obra, César Christianes, sobrinho da artista, foi quem viabilizou o acesso por intermédio de sua esposa Tatiana Rangel, parceira do projeto, que viu no evento uma forma de homenagear essa singular artista, Miss Ilha Grande em sua juventude e parte da história da ilha.
O talento de Norma e a temática ilhéu de suas obras atraíram olhares de curadores e compradores de diversas partes do Brasil e do Mundo. Como reconhecimento, participou de várias exposições, ganhou prêmios e vendeu muitos quadros no Brasil e no exterior.
Segundo a pintora, “tudo que fazemos tem uma certa medida de nossa infância, de nossa gente e de nossos hábitos.” Com um colorido de força e beleza todos os temas eram executados com facilidade e magia. Admirar suas telas é meditar sobre o belo.
OMAR Afro
OMAR Afro é um projeto cultural e social que contempla oficinas, exposições e desfiles, dentro e fora da comunidade onde é realizada. Voltado para estimular a autoestima, a inclusão, o protagonismo e o senso crítico das crianças, adolescentes, jovens, adultos e o pessoal da melhor idade, tem como temática a valorização da arte e cultura afro-brasileira.
Nas oficinas de corte e costura, aprende-se a produzir peças do vestuário como cangas, ojás, boinas e calçolões, a partir do reaproveitamento de tecidos e roupas usadas, aplicando também diferentes técnicas de pintura e tingimento. As roupas, acessórios e peças artesanais produzidas pelos participantes das oficinas, são expostas ao final, em um desfile espetáculo, aberto gratuitamente ao público.
O projeto, que visa promover o conhecimento da História da Cultura Africana e Culturas Afrobrasileiras, por meio de atividades educativas, de formação e lúdicas, não tem patrocinador fixo. É normalmente realizado em parceria com instituições e grupos culturais locais. Dentre os parceiros na Ilha Grande, estão o Ecomuseu, Bloco Afro da Jamaica, Jongo Urbano, Don Pepe e alguns lojistas. Seu idealizador, João Carlos Firmo, o conhecido Tatayo, também estilista e captador, está sempre atento à Editais de fomento para inscrevê-lo, e aberto à possíveis novos parceiros que possam vir a contribuir na viabilização financeira do projeto.
No desfile de moda apresentado no Festival Virtual Vitrine Cultural da Costa Verde, OMAR Afro levou à passarela a moda produzida por profissionais e artistas da Ilha Grande.
Olivia
Olivinha é uma caiçara costureira e artista que ama o que faz. Com sua simplicidade e alegria contagiante, cria, desenha, corta, costura, borda. Tecidos coloridos de delicadas padronagens, linhas, botões, contas e cola, são seus aliados para dar vida às suas criações, carinhosos mimos, em diversos tamanhos e formas, para se ter ou para presentear quem amamos. Sua paixão pelo ofício está estampada na qualidade de suas obras. Olivinha é nativa da Ilha Grande e a última descente direta da família do seu pai. Esta teve tradicionalmente todos os seus descendentes nascidos ali, na ilha.
Paloma
Paloma e Iris são seres apaixonantes. Artistas de alma, são divertidas e acolhedoras e muito contribuíram para a produção e operação da Vitrine e do Ecobanco do Circuito Fluminense de Cultura Popular e Economia Solidária da Costa Verde – Etapa Ilha Grande, realizado na Vila do Abraão, em 2021. Apesar da pouca idade, a pequena Íris se tornou a mascotinha do evento, sempre ao lado de sua mãe Paloma, participando de todas as atividades, como companheira incansável, atenta e compreensiva. Além de ser uma das expositoras da Vitrine, representando o Coletivo Arterapilha, Paloma foi uma valiosa profissional na Produção do Circuito Fluminense de Cultura Popular e Economia Solidária da Costa Verde – Etapa Ilha Grande. Trabalhou como atendente e caixa do Ecobanco, e foi a responsável pela criação e confecção dos belíssimos banners sustentáveis de divulgação do evento, feitos com madeiras de demolição e pintados a mão, com ajuda de sua pequena Iris, é claro!
O Coletivo Arterapilha é fruto da pandemia. Com a quarentena em 2020, Luísa e seu amigo Juan viram na necessidade de ocupar o tempo, de cuidar da ansiedade, do coração, da saúde, da mente e dos medos, uma oportunidade. Juntaram-se e fundaram o Arterapilha. Logo em seguida, chegou Paloma e, juntos, esses três moradores da Vila do Abraão foram ressignifcar todos esses sentimentos, fazendo arte. Assim, nasceu o coletivo artístico Arterapilha, que utiliza materiais reciclados, como papel, madeira, garrafa vidro e “pet” para fazer arte, transformado-os em quadros, utensílios de cozinha, mandalas decorativas etc. Com o tempo, passou a contar com colaboradores viajantes e a produção de quadrinhos ganhou impulso. A comercialização dos produtos acontece na feira local e no ateliê de uma das integrantes. Nas suas páginas do Instagram, pode-se acompanhar o desenvolvimento e produção do coletivo. (@arterapilha, @ramonjuan1, @ser_viva, @luisa_longo)
Para esses jovens adultos criativos, o Coletivo “é uma ideia, uma iniciativa, um passatempo, uma vontade, um desejo, um momento. É assim que vamos tentando traduzir nosso objetivo. Não é nada ao certo e ao mesmo tempo é tudo”.
Priscila
Estou na ilha grande desde 2003, quando terminei a faculdade de hotelaria. Já morei na praia de Palmas e hoje moro no Abraão. Trabalho com turismo, porém, amo mais trabalhar com a natureza e, como no meu quintal tenho pés de frutas e ervas medicinais, comecei a pensar em algo interessante para produzir com o que tinha e achei a solução, com meus óleos bronzeadores com base de óleo de coco e urucum sem agrotóxicos, pois colho no meu próprio quintal. Amo muito as suculentas que também venho produzindo em vasinhos com pintura escrito 'Ilha Grande'.
Além de expositora na Vitrine, Priscila também dedicou sua força trabalho na produção do Circuito Fluminense de Cultura Popular e Economia Solidária da Costa Verde – Etapa Ilha Grande. Conhecida na Ilha, esta paulista desenrolada, não só esteve à frente do Ecobanco recebendo os resíduos, cavando buraco na horta comunitária, gerenciando a moeda Solidárias, como também agilizou muitas demandas do evento.
Queila
Queila Lara é cozinheira, confeiteira e salgadeira com larga experiência em conceituados restaurantes da Ilha Grande. É também marisqueira e liderança comunitária no pedaço de paraíso onde vive, a praia do Saco do Céu na Enseada das Estrelas.
Foi, no ano de 1987, que essa carioca chegou à Ilha, com 3 anos de idade, para morar em Dois Rios, onde seu pai, conhecido como Buiú, já estava desde 82, trabalhando no presídio. Ali completou o ensino fundamental e aprendeu a valorizar o que hoje defende com unhas e dentes: dignidade com qualidade de vida para todos moradores da Ilha, assim como a preservação da exuberante natureza que lhe propiciou mágicos momentos em sua infância, e, ainda, encanta seus 2 filhos, Samuel e Francisco. Guerreira aguerrida, Queila já foi presidente da associação dos moradores da enseada, AMEE, onde hoje é vice. Luta pelas demandas da comunidade, de forma incansável. Uma delas foi a necessidade de uma embarcação para transportar o médico que vai 2 vezes por semana fazer atendimentos no posto de saúde local. Com o corte do transporte pela prefeitura, ficava difícil o médico ir sempre a pé, deixando assim a comunidade mal atendida. Foi aí que, com muita insistência, persistência e conversas, Queila conseguiu com o Secretário Especial da Ilha Grande, Kazuo Jaconemaque, que ele cedesse uma embarcação, e o atendimento regularizou. Mas ainda não é o ideal.
Lideranças à parte, voltemos aos quitutes de Queila, que começou a fazer em casa para vender, quando seu marido Everaldo perdeu 30% de uma vista, e não pôde mais trabalhar fora. Aprendeu a se virar e, com a ajuda do esposo e da sogra Fatinha, passou a aplicar tudo que sabia de cozinha na fabricação de coxinhas, risoles de camarão, casquinhas de siri e bolinho de peixe, que ficou famoso até na cidade do Rio de Janeiro. Montou uma barraquinha na praia e vendia para os turistas e moradores. No entanto, durou pouco, pois não conseguiu licença. Passou então a vender no boca a boca, por encomendas, e em um pequeno bote, onde seu esposo fica com uma plaquinha anunciando o que tem para vender, atendendo os barcos que por aquela praia passam diariamente. Os mariscos usados nos quitutes, ela e seu esposo pegam cedinho, na maré baixa; e os siris, pela noite, com lanterna e fisga. E, assim, segue a vida de Queila Lara, uma luta diária, mas cheia de quitutes e amor em família.
Robertinho Chagas
Robertinho Chagas é um artista, músico único e versátil. Já caminhou por vários segmentos com o seu Cavaquinho. Iniciou os trabalhos no Samba, onde conheceu músicos incríveis que reconheceram o seu talento como Solista. E foi com o apoio desses músicos que ele conheceu o maravilhoso mundo do Choro. O Pagode não poderia ficar de fora desse amplo repertório de ritmos. Participou do programa SHOW DA GENTE que aconteceu em São Paulo no SBT. Atualmente se apaixonou pelo Forró Pé de Serra, tocando com os talentosos meninos do Malaquias e as Lendas Edson Duarte e Trio Juazeiro.
Rosangela
Meu nome é Rosângela Sardinha. Nasci na cidade do Rio de janeiro e, em 2000, cansados da vida de cidade grande, eu e meu companheiro, nativo da Ilha Grande, resolvemos nos mudar de vez para esse paraíso, que já frequentava como turista desde os anos 80. Sou artesã e a base do meu trabalho é o crochê, que aprendi criança com as mulheres da família, a avó, a mãe e as tias. Sempre confeccionava peças de vestuário, mas só pra uso da família e amigos. Apenas em 2019, é que comecei a comercializar minhas criações, peças de vestuário, de decoração e acessórios, inspiradas na fauna marinha, nos elementos da Costa Verde, e também produzidas, conforme as necessidades das diferentes estações do ano.
Em 2020, entrei para o projeto Parceria dos Pequenos Produtores da Ilha Grande (PPP IG) e participei das feiras por eles organizadas na Vila do Abraão. Vivendo em uma ilha em que respeitar o meio ambiente de forma a preservá-lo é fundamental, a sustentabilidade também está no meu trabalho, reutilizando CDs descartados para criar coloridas mandalas decorativas. Além das feiras, também vendo por canais de redes sociais e faço entrega pelo Correios.
Sabrina Mattos – Namaste
Sou Sabrina Mattos, Terapeuta Holística e Ayurvedica com especializações em Terapias Ayurvedicas e Thai Massage na Índia e Tailândia. Sou instrutora de Kemetic Yoga, certificada pela Yoga Skills Chicago/ USA & realizado por Kasa de Maat Brasil.
Em 2012, vim morar na Ilha Grande e abri o Namaste Terapias Corporais, na Vila do Abraão, atendendo turistas e moradores. Sempre buscando parcerias com mulheres Pretas, hoje estamos eu e Dina. Atendo com massagens, auriculoterapia, reiki, cristaloterapia aulas de Yoga Kemetico/Yoga Afrikano com origem no Kemet antigo Egito. Atualmente estou a frente do Recanto Camiranga, bar restaurante e mini spa na praia da Camiranga, Enseada das Estrelas. Amo viver aqui e hoje, mesmo morando mais afastada da Vila do Abraão, onde os principais projetos estão florescendo, estou sempre pronta para contribuir e levar boas ideias para a praia da Camiranga, respeitando a cultura caiçara e preservando nossa bendita natureza e cultura local.
Sabrina e Lucas
Sabrina é argentina, nascida na beira do Rio da Prata, na cidade de Quilmes. Lucas é brasileiro, descendente de indígenas, nascido na beira do Rio Madeira, na cidade de Borba, interior do Amazonas. E foi também à beira d’água, numa praia de água doce, Alter do Chão, no Pará, que estes dois seres de alma andarilha se encontraram. Unidos pela paixão de viver como nômades, juntaram seus talentos artísticos, aprenderam mutuamente, um com o outro e com mestres do artesanato e formaram uma família de viajantes, que, alguns anos depois, à beira mar, em Paraty, na Costa Verde, ganhou mais um membro com a chegada de Odara, fruto deste amor recíproco.
Chegaram à Ilha Grande em 2020, sempre vivendo do artesanato que fazem juntos. Belas cestas rústicas, exóticos chapéus, delicados objetos decorativos, luminárias. Todos feitos à mão, de fibra natural em palha de coqueiro. Logo que ficam prontas, as peças de palha de coqueiro têm a cor verde viçoso, mas em 40 ou 60 dias, vão secando e mudando de cor. Duram de 5 a 10 anos de forma natural, e se passar verniz de madeira dura 20 anos ou mais. É um trabalho que começou com os índios pataxós na Bahia, próximo destino destes intrépidos viajantes. E, dessa vez, vão de bicicleta, pois Sabrina já tem experiência, foi da Bahia até o Maranhão. “Vamos para Trancoso, no sul da Bahia, onde tem muita palha de coqueiro para a gente evoluir em nossa arte”, nos conta Lucas, ansioso por mais uma viagem em família.
Sandra Malvy
Sou trabalhadora autônoma e me desenvolvo na área do artesanato, mais especificamente na confecção de macramé. Minhas manufaturas são principalmente brincos, pulseiras e colares. A técnica que utilizo é a clássica de macramé, que consiste em fazer nós e gerar padrões de desenho com fios. Além destas peças, produzo também carrinhos com pedaços de madeira descartados de construção. O espaço onde vendo e exponho minha arte é a feira da economia criativa.
Sigrid - Sissi
Eu sou Sigrid Almeida de Sant'anna, artisticamente conhecida como Sissi. Tenho 34 anos, sou geminiana, carioca, e em 2016 decidi viver na Ilha Grande, na Vila do Abraão. Aqui descobri que podia viver da minha música também, o que antes era só um hobby. Tudo começou no coral da igreja e, graças a Deus e também às pessoas que Ele colocou no meu caminho, pude seguir a carreira de artista. Dessas pessoas sou imensamente grata ao Léo, que não está mais entre nós, meu amigo e companheiro de trabalho na música que me abriu espaço para esse caminho.
Hoje em dia, canto com seu irmão Lucas, levando música ao vivo a bares e restaurantes da Ilha Grande, de dia ou de noite, apresentando um repertório composto por música brasileira: a bossa nova, o xote, a MPB, o samba. Também outros ritmos como o reggae, o rock e tudo com muito amor, voz e violão. Já fiz apresentações nos restaurantes Pé na Areia, Café do Mar, Lonier Praia, Tropicana Creperia, Restaurante Jorge Grego, Restaurante Garoupas, Pizzaria Recreio da Praia.
Sônia Araujo
Sou Sônia Fernandes Araújo. Psicóloga graduada pela UERJ, com especialização em arteterapia e formação psicanalítica, com Mestrado em psicologia Clínica na UFRJ. Fui psicanalista, professora universitária e trabalhei em administração e coordenação acadêmica de graduação e pós-graduação em universidade privada. Exerço, ainda, a função de psicóloga, porém em tempo reduzido.
O universo de fios, linhas, tecidos, bordados e pintura me foi apresentado por meus pais, tios e avós, desde muito cedo e permaneceu durante toda minha vida em segundo plano, com trabalhos caseiros. Somente em 2008, pude dedicar tempo maior ao artesanato e, desde então, trabalho com tear de pente liço, mosaicos, pátina e reciclagem de objetos.
Em meus trabalhos, procuro utilizar materiais recicláveis e, além de materiais convencionais, como lãs, linhas, barbante, procuro desenvolver ideias com materiais típicos da região da Costa Verde, em especial de Mangaratiba. Tenho trabalhado com fibras extraídas do tronco de bananeiras e fios naturais.
Participei de várias edições do Beco Livre, evento cultural de Mangaratiba, onde moro. Tive 2 exposições no Museu de Mangaratiba: “Olha a banana, Olha o bananeiro“, realizada durante a 17ª semana de museus e “Mulheres artesãs da Costa Verde”.
Vânia Guerra
Vânia Maria Alves Guerra, mulher preta nacionalmente reconhecida como a líder quilombola Vânia Guerra. Filha de Almerinda Julião Alves e Manoel Guerra é nascida e criada no Quilombo Ilha da Marambaia e mãe de três filhos: Bárbara Guerra, Rafael Guerra e Alessandra Guerra. Todos também nascidos e criados no Quilombo.
Como toda mulher guerreira, fez e faz de um todo para criar seus filhos. Ama plantar e criar seus alimentos. É artesã, costureira, marisqueira, boleira e doceira, daquelas de mão cheia, de deixar a gente com gostinho de quero mais quando comemos sua famosa cocada.
Vânia carrega a tradição griô em sua liderança na comunidade, mantendo viva as histórias de seus ancestrais da África Ocidental e lutando pelos direitos do seu povo, Brasil afora, nos eventos onde é convidada como palestrante. É uma das fundadoras da Associação de Remanescente de Quilombo da Ilha da Marambaia (ARQIMAR).
Vanildo
Vanildo é artesão quilombola que mantém viva uma tradição secular aprendida com seus antepassados. Morador das terras da Comunidade Remanescente Quilombola Santa Justina e Santa Izabel em Mangaratiba, é casado com Josiele e pai da Maria Alessandra. Na roça, onde vive e trabalha, é também agricultor. Ele e sua esposa cultivam alimentos sem agrotóxicos e criam galinhas poedeiras.
Para fazer seu trabalho artesanal, utiliza matéria-prima encontrada na natureza da mata atlântica onde vive: cipó e taboa. Com cipó, trança resistentes tramas criando cestos de diferentes formas e tamanhos, que podem estar tanto na cozinha guardando pimentas, como nas varanda servindo de “cachepots” para plantas, ou como peças decorativas em mansões e vilas da costa verde. Com a taboa, tece longas e macias esteiras, que podem tanto fazer as vezes de um colchão para dormir, uso este tradicional entre os quilombolas e indígenas, como um tapete rústico, ou até mesmo um painel decorativo. Faz também “souplats” e jogos americanos para irem à mesa.
Esta rica produção da agroecologia e do tradicional artesanato quilombola do Vanildo e Josiele pode ser adquirida em feiras da região, ou ainda sob demanda pelo “What’s’ App”.
Vicente
Vicente da Conceição Victor é agricultor, sapateiro e artesão, especialista na tradicional arte do cipó, passada de geração para geração, na Comunidade Remanescente Quilombola de Santa Justina e Santa Izabel, em Mangaratiba, onde nasceu e é residente. É Filho de José Victor de Freitas e Florinda Maria da Conceição, neto de Vô Agostinho e Vô Constantino, todos do quilombo. Já falecidos são seus grandes Mestres e referências aos quais honra, exercendo a arte do artesão e liderança comunitária. É militante da causa negra e dos direitos da comunidade. Essa missão exerce com paixão e responsabilidade enquanto Presidente da Associação de Moradores Amigos e Amigas das Fazendas Santa Justina e Santa Izabel, já no seu terceiro mandato. É também Integrante do Movimento Pequeno Agricultor e do Fórum das Comunidades Tradicionais da DPU de Volta Redonda.
Seu trabalho artístico, expresso pelas tramas ancestrais que dão forma a suas peças artesanais feitas com diversos tipos de cipó, foi reconhecido com o prêmio cultural da Lei Aldir Blanc, em 2020. Desde criança, já era atraído por este ofício, observando atentamente seus pais e avós trabalhando. Hoje, adulto, são suas mãos que dão continuidade a estas técnicas de povos tradicionais. Na arte do cipó, faz vários tipos de cestos para colocar frutas, pão, plantas, em vários tamanhos e formatos, quadrados, triangulares. Com o cipó imbé, ou una, faz os balaios que são colocados no lombo do burro para carregar banana e outras cargas. Além do cipó, utiliza outros materiais. Faz peneiras, pás de mexer farinha dentro do forno da casa de farinha. Com o bambu faz o xicaca, um cesto de tradição quilombola, com 1 metro de comprimento e 50 de largura, usado para colocar atrás das costas e catar cacau.
Além da cestaria Vicente também fabrica calçados. Com técnicas de trançados, também aprendidas com seus avôs e pais, faz formas de madeira, esculpidas por ele mesmo onde molda botas e sapatos femininos e masculinos. Faz também chinelos de tiras de palha, de taboa ou fibra de bananeira e sandálias no estilo afro.
“Sou uma pessoa que nasci dentro do berço da arte, desta cultura... e meus irmãos e irmãs também. Como artesão sou todo dedicado a esta arte porque é uma coisa que não quero perder... meus pais e meus avós deixaram pra mim... eu honro este conhecimento e minha ancestralidade. Minha vida é essa... descendente quilombola que hoje tem o prazer de viver dentro do seu quilombo, e trabalhando com artesanato de gerações e plantas medicinais que a gente conhece pelos pais e mães da gente.”
Victor e Nando
Victor é economista de formação, nascido em Niterói. Nando é artesão pernambucano. Ambos fazem parte da segunda geração de “forasteiros” que adotaram como seus lares, a tranquilidade da cinquentenária Comunidade do Sapo Martelo, localizada na Ilha Grande, e formada inicialmente por uma tradicional família de caiçaras. A área onde se encontra a Comunidade, hoje faz parte do Parque Estadual da Ilha Grande e segue várias regras restritivas e de proteção, como não pode construir mais nada. Por isso, Victor e Nando acreditam que têm a garantia de que vai ser assim pra sempre e não pretendem sair mais de lá. Isto é, se não mudarem as regras, pois na atual conjuntura de interesses de especuladores na Ilha, é preocupante.
Nando está na comunidade há mais de 10 anos. Foi para fazer uns trabalhos de jardinagem e artesanato, peças decorativas e utilitárias, como luminárias e cortinas para algumas pessoas que tinham casa lá e ficou. Artesão e viajante, antes de chegar à Ilha, passou por mais de 20 estados brasileiros.
Victor foi parar na comunidade do Sapo Martelo, em 2016, para fugir da “loucura” da Vila do Abraão. Sim, pode parecer estranho, mas é isso mesmo, pois optou morar na Ilha, com sua esposa Carole, na esperança de encontrar a qualidade de vida propiciada pelo contato com a natureza. Mas como a Vila já está muito povoada para o gosto deles, foi na Comunidade que, anos depois, encontraram o que estavam buscando. Adquirir mais conhecimento com a convivência na floresta.
A Vitrine Cultural e Solidária da Costa Verde foi uma oportunidade e incentivo para escoamento do excedente da produção agroecológica da comunidade. Essa produção é fruto do esforço dos moradores originais que cultivavam uma roça com feijão, mandioca, fumo e plantaram muitas árvores frutíferas. Em torno de 20 espécies. O que sempre permite que, em todos os meses do ano, tenha uma árvore dando frutos. Uma saborosa fruta para se comer. O acesso ao Sapo Martelo é complicado. São mais de 15 minutos de trilha. Morro acima e morro abaixo. Mas mesmo assim, Nando e Victor, levaram nas costas as sacas de bananas, abacates e cacaus para serem expostos na Vitrine. A beleza dos frutos, atraiu os clientes e rapidinho tudo foi vendido.
Wander
Sou Wander Marcílio, ceramista desde a década de 90, quando decidi deixar uma empresa estatal e me dedicar, em tempo integral, às artes do fogo. Depois de vários anos viajando, fazendo intercâmbio, ministrando “workshops”, por onde passava, tive a oportunidade de divulgar meu trabalho no Brasil e em países como Alemanha, Itália, Noruega, Argentina, entre outros. Hoje, vivendo em Paraty, tenho meu atelier onde, além da produção própria, ministro cursos, imersões e vivências a moradores e turistas de passagem pela região.
Minhas peças em cerâmica, utilitários, decorativos e biojoias seguem uma linha contemporânea, com técnica mista, como vidro fusão, engobes, vitrificação etc. Com grafismos autorais, inspirados na ancestralidade afrobrasileira, utilizo materiais descartados como vidro, metais, pedras, madeira, dentre outros, agregando valores sustentáveis.