Sobre o Espaço Ecomoeda Solidárias

Como parte de um conjunto de ações educativas voltadas para a valorização da saúde ecossistêmica do território e da cultura das comunidades tradicionais, visando chamar a atenção para a relação entre consumo e lixo, de forma  para diminuir o impacto da geração de resíduos, sensibilizando a população para questões de sustentabilidade social, econômica e ambiental, a Etapa Ilha Grande do Circuito Fluminense de Cultura Popular e Economia Solidaria da Costa Verde implantou o Espaço Eco Moeda. A partir de idéias e conceitos previamente despertados pela Oficina ”Lixo Zero + Consumo Consciente = EcoMoeda”, este Espaço contou com um EcoBanco,   moeda social própria, a Solidárias, e coleta e destinação adequada de resíduos sólidos e orgânicos. Sua proposta era gerar uma economia que tenha como valores a valorização da cultura das comunidades tradicionais e o cuidados com o meio ambiente, utilizando recursos baseados nos seus modos de vida, sistemas de produção e no uso de tecnologias sociais a partir do aporte de um lastro em Reais.


O EcoBanco foi a ação do Circuito voltada para o fomento da economia local por meio do incentivo de práticas ambientais sustentáveis pós-consumo, que pudessem retornar ao cidadão valor monetário. Ou seja, dar a oportunidade aos moradores da Ilha Grande de transformar aquilo que normalmente jogam no lixo em Moeda Solidária, e assim, poder comprar lindos artigos e alimentos produzidos na Costa Verde, expostos no Espaço Vitrine. Fortalecer o circuito comercial de grupos ligados à economia solidária.


Como? Era simples. Bastava separar os resíduos orgânicos adequadamente, levá-los ao Espaço EcoMoeda e ali o EcoBanco compraria com a moeda Solidárias. E, seguindo o fluxo da cadeia solidária ambientalmente correta, os resíduos orgânicos “comprados” ganhavam sua devida destinação na horta comunitária da Ilha Grande, onde eram recebidos e enterrados num berço de compostagem. Dali iriam para os canteiros, servindo como um rico adubo para o cultivo de suculentos morangos, viçosas verduras e legumes, curativas ervas medicinais e deliciosos temperos, a serem consumidos por várias famílias da comunidade local. Iniciava-se assim a implantação de um serviço ambiental de coleta e separação de resíduos recicláveis da horta cultivada pela Parceria dos Pequenos Produtores da Ilha Grande – PPPIG em conjunto com o Parque Estadual da Ilha Grande –PEIG. 


O Espaço EcoMoeda também aceitava determinados resíduos sólidos e objetos de descarte, que pudessem atender algumas necessidades pontuais da produção na reforma da Vitrine, como caixotes, prateleiras, mãos-francesas, etc,. E mais, serviços e locação de equipamentos também podiam ser “trocados” por Solidárias. 


Com a moeda Solidárias em mãos - cada 1 Solidária tinha o valor de 1 Real - o feliz cliente do EcoBanco estava com mais um “dinheirinho” para complementar sua renda. Com disponibilidade financeira para poder usufruir de serviços ou comprar produtos que eventualmente não estariam no seu orçamento, mas que estavam disponíveis para aquisição com suas Solidárias ali na Vitrine Cultural e Solidária da Costa Verde, também localizada na Vila do Abraão, e que aceitava esta e outras moedas, nacionais e estrangeiras.   


Para informar aos moradores da Ilha Grande sobre esta revolucionária ação solidária, e atrair “clientes” para o EcoBanco, fizemos uma ampla ação de Comunicação. Divulgamos nas redes sociais e grupos de whatsapp, espalhamos banners sustentáveis produzidos pela artista Paloma Castro com madeiras descartadas e pintados à mão, e fizemos uma mobilização corpo a corpo, visitando estabelecimentos comerciais da Vila do Abraão. Montamos também uma central de atendimento em frente à Horta Comunitária da PPP-IG, onde as produtoras  do Espaço EcoMoeda, Priscila Brito e Paloma, também produtora da ação, abordavam os transeuntes convidando-os a participar e os ensinando como, passoa a passo.  


Foram centenas de quilos de cascas de ovos, borra de café, cascas de frutas, legumes e verduras, óleo de cozinha filtrado, dentre outros resíduos orgânicos e sólidos, que se transformaram em Moeda Social.  Centenas de moradores da Ilha que se beneficiaram com estas simples práticas de consumo consciente. Outras centenas de produtores e empreendedores da agroecologia, artesanato, moda, saúde e bem estar, alimentação, etc, que conseguiram mais uma via de escoamento para seus produtos e serviços.  


E foi assim que o espaço EcoMoeda aqueceu a economia local da Ilha Grande no período de 21 a 27 de março de 2021, e despertou uma consciência ambiental para a Vida! Ele só foi possível graças ao aporte financeiro concedido ao projeto no Edital Retomada Cultural – Lei Aldir Blanc, da Secretaria de Cultura e Economia Criativa do estado do Rio de Janeiro.


Se você se interessou em participar da Horta Comunitária da Ilha Grande, ela é aberta  à comunidade, moradores e turistas da Ilha, e está localizada ao lado da Casa de Cultura, no viveiro do Inea, área do o Parque Estadual da Ilha Grande-PEIG. Os encontros acontecem as terças e quintas. Se quiser saber mais, visite o perfil da horta no Instagram @horta.comunitaria.ig


Agradecemos a todos que colaboraram!